Renata Werneck
Os trotes são prejudiciais para toda a população. Ao serem realizados, os recursos que poderiam ser destinados a ocorrência reais são desperdiçados, criando um retardo no atendimento do Corpo de Bombeiros.
Foi o que ocorreu na noite desse domingo (17). Em vez de atender um acidente com feridos nas proximidades do cemitério, as viaturas estavam a caminho de um falso acidente que havia sido informado por meio de trote.
Foram, no total, quatro ocorrências registradas entre 17h e 19h, horário considerado de pico pelos bombeiros por ser o período com mais chamados, devido ao retorno de viagens realizadas no final de semana.
“Nas férias o número de trotes aumenta, devido ao fato de as crianças ficarem mais ociosas”, acredita o coronel Alan, da Comunicação Social do Corpo de Bombeiros.
Punição
Há um mês, um homem foi preso por passar trotes para a corporação. Em casos como esse, o criminoso só pode ser preso em flagrante delito, ou seja, se for pego no ato, podendo ser condenado de 1 a 6 meses de prisão.
Além disso, se algum profissional se machucar ou até morrer a caminho de um falso atendimento, a pessoa também é responsabilizada. “Cada chamado envolve cerca de três a quatro viaturas em alta velocidade. As chances de ocorrer um acidente são consideráveis”, pontua o coronel.
De acordo com a corporação, o criminoso normalmente bloqueia o chamador ou utiliza o orelhão para passar o trote. Na maioria das vezes, os suspeitos alteram a voz para não serem identificados. O Sistema Integrado de Atendimento ao Trauma e Emergência (Siate) já chegou a receber 400 trotes em um único dia.
Só na noite de ontem, quatro chamados falsos foram abertos: dois acidentes – um em Samambaia e outro nas 7 curvas – um incêndio, também em Samambaia, e uma vítima de espancamento, no Riacho Fundo II.
Para conscientizar a população, o Corpo de Bombeiros criou a campanha “Trote também é crime”. “Esperamos que as pessoas entendam que o número dos bombeiros serve para atender quem realmente está precisando e que quem passar trote será responsabilizado”, afirma Alan.
