Menu
Brasília

Lago Sul: Unificação de parques preocupa moradores

Projeto prevê estacionamento para 112 veículos. Fluxo de pessoas e carros pode causar dano ambiental

Redação Jornal de Brasília

29/09/2020 5h19

Ciça Souza
[email protected]

O Instituto Brasília Ambiental (Ibram/DF) está convocando a população para participar de consulta pública virtual (em função da pandemia da covid-19) até amanhã com o intuito de subsidiar a redefinição de poligonal e a incorporação do Parque Ecológico do Anfiteatro Natural do Lago Sul ao Parque Ecológico Península Sul. Além de sugestões de um novo nome para o local.

Segundo o Ibram, “todos os questionamentos serão respondidos e considerados na proposta, na medida da sua pertinência técnica”. O instituto disponibilizou em seu portal um estudo técnico explicando como vai funcionar todo o processo de integração dos parques.

O projeto para a implementação e melhorias na estrutura das unidades de conservação foi concluído pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh) em 2018.

Os frequentadores dos parques lotam as vias de acesso aos conjuntos da QL 12 com carros e isso causa transtornos a quem mora ou trabalha na região. Agora os visitantes terão que estacionar nas áreas comerciais próximas e ir andando até as entradas principais.

Nesse semestre ainda devem começar as construções de dois novos estacionamentos na região. Os estacionamentos terão 56 vagas, cada um, representando uma capacidade para 112 veículos. Ambos serão construídos dentro do anfiteatro.

“Além desses dois estacionamentos, serão feitas também duas guaritas. Uma na entrada do anfiteatro, que contará com um pórtico (portal), e outra na entrada oficial do parque da Península Sul, na QL 12, entre os conjuntos 0 e 1, atrás da parada de ônibus. Essa entrada pelo conjunto 0 será destinada somente a pedestres”, explica a superintendente de Unidades de Conservação, Biodiversidade e Água do Ibram, Rejane Pieratti.

Os parques Asa Delta e Península Sul receberão também bancos de madeira, pergolados e um conjunto de banheiros com o intuito de dar maior conforto aos frequentadores

Moradores se preocupam

Apesar das melhorias que parecem bastante atraentes para quem está de fora, para alguns moradores próximos as unidades de conservação essas mudanças deixam um sinal de alerta. Muitas pessoas que residem na região temem que a unificação dos parques Asa Delta e Península Sul possa causar problemas como falta de locais para estacionar, pois mesmo com essas novas vagas oriundas da construção desses novos estacionamentos a região já está com o fluxo grande de veículos devido a instalação de novas empresas e escritórios próximos a QL 12. Lixo deixado na beira do lago e som alto também fazem parte das queixas dos moradores.

Segundo Dario Clementino, presidente da Associação de Moradores da QL12, ele tem conversado bastante com os técnicos do Ibram/DF sobre as possíveis mudanças nas unidades de conservação da região. “Tem sido um papo muito ético e democrático. Esses parques estão em uma área de proteção ambiental. Então, o governo não pode desobedecer a legislação ambiental. O que será feita e a nova poligonal, aprovada em audiência pública. Os parques são para contemplação, as trilhas para caminhadas e observação de sua fauna e flora”, afirmou.

A associação também elaborou um documento que foi enviado ao Instituto Brasília Ambiental falando sobre todos os problemas que já ocorrem na região e solicitando providências.

O presidente da associação ressalta ainda que os órgãos responsáveis pelas melhorias das áreas de preservação ambiental já adiantaram que algumas medidas serão tomadas para garantir a conservação da área e o bem-estar dos moradores, como guaritas, vigilantes, proibição de entrada de alimentos, bebidas e animais, além de fixar um horário para abertura e fechamento dos parques.

“Estamos participando ativamente da consulta pública, levando a eles todas as nossas reivindicações”, declarou Dario.

Saiba Mais

O Parque Ecológico do Anfiteatro Natural do Lago Sul ficou mais conhecido como Asa Delta porque possui um morro artificial, construído na década de 80, que é muito utilizado para aprendizado e prática de voo-livre. O espaço também é bastante utilizado para práticas de pedal, remo, caminhadas, corridas e pesca, pois oferece fácil acesso à margem do lago Paranoá.

O Parque Ecológico Península Sul, tem características bem parecidas. Lá, é comum ver esportistas praticando kitesurf, stand up paddle, remo e usando as ciclovias para caminhadas e ciclismo.

No mês de agosto, as unidades de conservação passaram por algumas mudanças em relação reordenamento de fluxo de pessoas e carros. Os frequentadores não podem mais estacionar na QL 12, nem utilizar acesso de serviço do parque, localizado no fim da Península dos Ministros (exceto idosos, gestantes e praticantes de kitesurf com equipamento). O acesso agora é feito pelas entradas oficiais dos parques.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado