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Brasília

Jovens embaixadores dos EUA visitam centro de línguas do Guará

Arquivo Geral

07/06/2018 21h10

Estudantes dos EUA visitam CILG em programa de intercâmbio. Foto: João Stangherlin/Jornal de Brasília.

Rafaella Panceri
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Cinquenta estudantes estadunidenses estiveram no Centro Interescolar de Línguas do Guará (CILG) na tarde de hoje e interagiram com centenas de estudantes brasileiros. O intercâmbio é parte do Programa Jovens Embaixadores, da embaixada dos Estados Unidos no Brasil. Quadrilha, comidas típicas juninas e outros elementos da cultura nacional foram apresentados aos estrangeiros.

Em salas temáticas, eles aprenderam músicas locais e dançaram ao som do baião, das modas de viola, do tecnobrega e do forró. A escola também preparou brincadeiras como jogo da memória com fotos de artistas brasileiros e tradução de músicas regionais.

Estudantes dos EUA visitam CILG em programa de intercâmbio. Foto:João Stangherlin/Jornal de Brasília.

Moradores de várias partes dos EUA, os jovens de 15 a 18 anos ficam em Brasília por mais dois dias e depois seguem para Salvador (BA), Juiz de Fora (MG) e Guarapuava (PR) em grupos separados, onde ficarão em casas de famílias brasileiras.

O encerramento do projeto será em São Paulo, no dia 17 de junho. Lá, os jovens fazem um balanço da experiência e apresentam projetos ligados a área de justiça social. Na mesma data, as inscrições para o programa serão abertas nos EUA. Assim, outros estudantes vêm ao Brasil em 2019.

Estudantes dos EUA visitam CILG em programa de intercâmbio. Foto:João Stangherlin/Jornal de Brasília.

Troca cultural
Assessora de educação e cultura da embaixada americana, Márcia Shizuko conta que o Jovens Embaixadores inspira colaboração e respeito entre as culturas. “O programa foi criado não só para aproximar os governos, mas o povo”, explica. Lançado em 2003, o programa foi replicado para outros países do continente americano em 2010, depois de fazer sucesso no Brasil.

“Ainda não tínhamos programas para jovens na Embaixada dos Estados Unidos”, lembra a assessora. “A ideia é levar esses jovens para outros lugares e, lá, eles absorvem e trazem de volta aos EUA toda uma carga de aprendizado e de cultura. A noção de que os americanos são apenas loiros e de olhos claros pode ser quebrada, por exemplos. Trouxemos um grupo bem diverso, para mudar essa percepção”, expõe.

Estudantes dos EUA visitam CILG em programa de intercâmbio. Márcia Shizuki. Foto: João Stangherlin/Jornal de Brasília.

Diretora do CILG, Adriana Lopes afirma que o programa também é importante do ponto de vista linguístico. “Mas sobretudo cultural. Nesse período que eles vão passar em Brasília, vão ver que o Brasil é diverso e que nossa cultura é ampla”, define.

Aprendizado e respeito

Morador da cidade de Little Rock, no estado do Arkansas, o estudante Rojon Barnett, 17, destaca que, se não fosse pelo programa, ele não teria conhecido tantos elementos da história e da arquitetura brasileira. “É uma oportunidade enorme conhecer o Brasil dessa maneira, em detalhes e em toda a sua complexidade”, compartilha.

Estudantes dos EUA visitam CILG em programa de intercâmbio. Rojon Barnett. Foto:João Stangherlin/Jornal de Brasília.

Moradora da cidade de Oklahoma, no estado homônimo, a estudante Nooralhuda Kahni, 17, conta que a melhor parte da viagem é mudar as percepções que os americanos têm sobre os brasileiros. “Agora elas estão mais acuradas”, brinca.

Por conta da religião que segue, ela utiliza véu na cabeça e roupas que cobrem o restante do corpo. “Antes de vir, pensei no quão diferente seria me sentir uma minoria no Brasil. As pessoas perguntam, mas não muito. Há respeito”, conta.

Estudantes dos EUA visitam CILG em programa de intercâmbio. Nooralhuda Kahbi. Foto:João Stangherlin/Jornal de Brasília.

Leia Mais: Estudante de Ceilândia participa do Jovens Embaixadores em 2017

João Gabriel Lenza, 17, foi um jovem embaixador nos EUA em janeiro deste ano. O processo seletivo demanda muito esforço, trabalho e força de vontade, de acordo com o estudante do CILG. “São muitos documentos e muitas etapas. Passei uma semana em Washington e outras duas em Tulsa fazendo trabalho voluntário”, conta.

“Trabalhamos em food banks, espécie de galpões onde chegam alimentos doados, cobertores, e ajudamos a organizar esse estoque. Voltei muito mais motivado a fazer a diferença por aqui”, compartilha.

Estudantes dos EUA visitam CILG em programa de intercâmbio. Adriana Lopes. Foto:João Stangherlin/Jornal de Brasília.

Saiba mais

O Centro Interescolar de Línguas do Guará (Cilg) divide espaço há mais de 20 anos com o Centro de Ensino Fundamental 2. No mesmo terreno, há aulas de idiomas para um público e aulas do ensino regular, para outro. As escolas são separadas por uma cerca. O barulho incomoda e atrapalha a aprendizagem, segundo a diretora do Cilg, Adriana Lopes.

O deputado distrital Rodrigo Delmasso (PRB) encaminhou, neste ano, um pedido formal para obter o projeto arquitetônico da nova sede do centro. “Atrás da Escola Técnica do Guará. Vamos receber o orçamento e destinar uma emenda parlamentar para o prédio em 2019”, promete.

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