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Brasília

Investigado pela PF, distrital Roosevelt Vilela (PSB) é indiciado por suposto crime eleitoral

Segundo o “relatório conclusivo da autoridade policial”, o atual parlamentar teria “montado um esquema criminoso de captação de votos”

Lucas Valença

06/08/2020 14h03

Atualizada 07/08/2020 14h38

POSSE DO DEPUTADO ROOSEVELT VILELA DATA : 27/10/15 FOTO : MAYKE SENA

Junto com outras três pessoas, o deputado distrital Roosevelt Vilela Pires (PSB) foi indicado pela Polícia Federal (PF) por supostos crimes de “corrupção, coação eleitoral e falsidade ideológica” que teriam sido cometidos durante a campanha eleitoral de 2018. O documento obtido com exclusividade pelo Jornal de Brasília, data desta quarta-feira (5).

O documento relacionado ao inquérito nº 14-86.2019.6.07.0010, diz respeito a um conflito com relação ao “lugar de consumação” dos possíveis delitos, para se definir o tribunal eleitoral que terá a competência para apreciar o inquérito policial e conduzir o caso. Só que a decisão da juíza da 10ª Zona Eleitoral, Andréia Lemos Gonçalves de Oliveira, contém parte da investigação feita pela corporação policial.

No texto, a PF narra que, durante a última eleição majoritária, o então candidato a distrital Roosevelt Vilela “detinha o poder político” de indicar nomes em três Administrações Regionais do DF, Núcleo Bandeirante, Candangolândia e Park Way.

Segundo o “relatório conclusivo da autoridade policial”, o atual parlamentar teria “montado um esquema criminoso de captação de votos”. A primeira suspeita apresentada no laudo da PF é de que o socialista nomeava pessoas nas regionais “sob o compromisso de votarem no então candidato”, o que representaria a chamada “coação eleitoral”.

Também há a desconfiança, presente no documento, de que Vilela teria “obrigado” os indicados a trabalharem em favor de sua campanha eleitoral, o que evidenciaria possível utilização da máquina pública em seu favor. Além de participarem de “carreatas e panfletagens”, a PF ressalta que os funcionários eram “coagidos a divulgar referida candidatura nas redes sociais, por meio da retransmissão de mensagens de apoio”. O representante local também está sendo indiciado por “falsidade ideológica eleitoral”.

“As investigações apontaram ainda que muitas dessas pessoas que trabalharam na campanha do investigado Roosevelt, inclusive a título de “voluntários”, não estavam na prestação de contas entregue à Justiça Eleitoral, nem mesmo como “doação estimada em dinheiro”, explica o texto.

Ao decidir, a magistrada se declina da competência para “apreciar e julgar a ocorrência dos fatos delineados” e encaminha o inquérito para “o Juízo de uma das Zonas Eleitorais de Brasília/DF”.

Outras três pessoas também foram indiciados. São elas: Dayanne Renata Temoteo da Silva; José Bonifácio Silva; e Iroito Santos Nakao.

Há um ano, a coluna Do Alto da Torre, veiculado pelo Jornal de Brasília, chegou a informar que o parlamentar distrital já era investigado pela Polícia Federal, que chegou a fazer “oitivas com testemunhas e ex-servidores de administrações regionais”.

O Jornal de Brasília procurou o gabinete do parlamentar, mas não obteve nenhum posicionamento até a publicação desta reportagem.

Por meio de nota, o PSB-DF se pronunciou, ressaltando a “importância da lisura do processo eleitoral como pilar essencial da democracia”. Veja na íntegra:

“O PSB-DF defende a fundamental importância da lisura do processo eleitoral como pilar essencial da democracia. O governo Rollemberg teve um grande comprometimento com o cumprimento da legislação eleitoral, tomando diversas medidas preventivas com a finalidade de evitar a prática de ilicitudes. Podemos citar como exemplo: o Decreto nº 38.800/2018, que internalizou as vedações contidas na legislação eleitoral; o Manual de Orientação de Condutas Vedadas aos Agentes Públicos; e a realização de diversos eventos de formação e capacitação dos gestores e servidores públicos quanto a essa temática. Em relação à recente notícia do inquérito contra o Deputado Roosevelt Vilela, embora desconheçamos de detalhes sobre o teor do inquérito, o PSB-DF confia na Justiça, onde o parlamentar terá seu amplo direito de defesa garantido e poderá prestar os devidos esclarecimentos.

Rodrigo Dias
Presidente do PSB-DF”

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