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Brasília

Instituto celebra 500 transplantes

Funcionário público aposentado de 60 anos, nascido em Anápolis, recebeu fígado por meio de cirurgia no ICDF

Pedro Marra

11/08/2020 7h34

Na madrugada do último domingo, o Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (ICDF) chegou à marca de 500 transplantes hepáticos (de fígado) em sua história. Quem recebeu o órgão foi um funcionário público aposentado, de 60 anos, nascido em Anápolis-GO. Ele aguardou na fila por dez dias. No momento, segue em recuperação na UTI do ICDF.

Há oito anos que o instituto possui um programa de transplantes, que não atende apenas a pacientes do DF, mas de outros estados do Centro-Oeste, principalmente. Conhecido por ser uma referência nacional em alta complexidade cardiovascular e transplantes, o ICDF já realizou 1679 transplantes. Apenas em 2020 foram feitos 40 procedimentos de fígado, um pouco mais que no ano de estreia do programa, quando foram feitos 34 transplantes.

O diretor médico e coordenador do programa de transplante hepático no ICDF, Dr. André Watanabe, conta como está sendo o processo do procedimento no paciente. “Dessas cirurgias que a gente faz do aparelho digestivo, o transplante de fígado é uma das mais complexas. O paciente tinha cirrose hepática e sofria muito com a doença. Tinha muita afite, água na barriga como nós chamamos, que é uma complicação da cirrose. Durou seis horas o procedimento, e ele saiu da sala cirurgia estável. Hoje [ontem], ele acordou e deu os primeiros sinais de resposta, abrindo os olhos e respondendo aos nossos comandos”, diz.

Mas, para o médico, a grande questão é que antes de 2012 não existia transplante de fígado em Brasília. “Todos os pacientes tinham que ir para outros estados para fazer esse tratamento. Quando começamos o programa aqui há oito anos foi uma grande virada para o DF. O transplante não tem data marcada e, às vezes, a pessoa ficava meses esperando um doador fora de casa. Muitos pacientes deixaram de conseguir esse tratamento por não terem condições. É um programa 100% do Sistema Único de Saúde (SUS). Isso mudou a história do DF”, declara.

Unidade referência

Watanabe alegra-se em poder comemorar a marca ainda mais por ter ocorrido em uma data especial. “Foi engraçado acontecer no Dia dos Pais porque esse programa é como um filho para nós. A gente viu esse programa nascer, crescer e atingir essa maturidade tão precocentemente. É feito em um hospital filantrópico. Atingiu um volume muito grande em oito anos. Mudou a história do DF”, emociona-se.

Atualmente, o ICDF dispõe de equipes que se deslocam inclusive para outros estados para captação de órgão enquanto outra equipe já prepara o paciente receptor. Os pacientes que moravam nesta região, antes precisavam deslocar-se até outro estado para fazer todo o procedimento, que ia da avaliação inicial até as etapas de pós-transplante. Agora o paciente pode executar todas as fases do transplante sem sair do conforto de sua casa, acolhimento de sua família.

Na visão da superintendente do ICDF, Dra. Nubia W. Vieira, esse é um dos principais benefícios de se ter um programa descentralizado. “É muito importante ter um centro especializado no DF, como o Instituto de Cardiologia. Isso possibilita ao paciente realizar o tratamento no conforto e aconchego da sua família, não tendo a necessidade de buscar esse tratamento em uma cidade distante, além de gerar economia de gastos para o paciente e o Distrito Federal, que agora não tem esse custo de deslocamento”, explica.

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