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Brasília

Hospital de Base realiza acompanhamento psicológico para pacientes com câncer

A equipe de cuidados paliativos é responsável por ajudar a cuidar da saúde mental de pessoas em tratamento na unidade

Redação Jornal de Brasília

19/01/2021 16h33

O Hospital de Base tem oferecido apoio psicológico para pacientes que estão enfretando a luta contra o câncer. Por meio de uma equipe especializada, a unidade de saúde tem feito os acompanhamentos. Esse é o caso de Eloilde de Assis, 45 anos.

Ela realiza o tratamento da doença há tres anos e relata como tem sido a propria rotina neste período. “São muitos altos e baixos. Num dia, você está bem; no outro, não aguenta mais falar sobre o assunto”.

Sentimentos de medo, insegurança, instabilidade emocional são comuns para as pessoas que apresentam o diagnóstico de câncer. Elas precisam lidar na tentativa de encontrar um novo sentido de vida. A caminhada assemelha-se a uma montanha-russa. Apesar de difícil, a caminhada da guerreira tornou-se um pouco mais leve com o suporte de profissionais especializados.

A piauiense está entre os diversos pacientes que recebem apoio psicológico durante todo o processo de hospitalização na unidade administrada pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (Iges-DF). Uma rede formada por psicólogos, terapeutas ocupacionais e assistentes sociais atua para amenizar os efeitos do adoecimento e promover qualidade de vida.

Acompanhada desde 2019 pela equipe multiprofissional do Serviço de Cuidados Paliativos do HB, atualmente Eloilde se sente muito melhor do que quando recebeu o primeiro diagnóstico de câncer, há 16 anos. “No começo, quando falava o que estava sentindo, parecia que arrancava uma coisa ruim de dentro. Hoje consigo, cada vez mais, aceitar minha condição. Não estou mais triste”, afirma.

Trajetória

A luta de Eloilde teve início com um câncer de mama em 2004. “Eu estava no Piauí quando recebi o diagnóstico. Na época, fiz todo o tratamento necessário e me curei”, conta. Oito anos depois, quando veio para Brasília morar perto do irmão, ela começou a sentir um incômodo na coluna. Em uma consulta particular, descobriu a reincidência do câncer.

Foi aí que sua história no HB começou, em 2012. Diagnosticada com um câncer na coluna e um nódulo no fígado, a aposentada iniciou novo tratamento para a doença. Até agora, foram cinco sessões de quimioterapia, além de medicações para controlar os efeitos colaterais. Em 2019, Eloilde passou a ser acompanhada pela equipe de cuidados paliativos.

Esse apoio ajudou a paciente, principalmente em 2020, quando ficou 59 dias internada no HB devido a complicações da doença. Nesse período, também foi diagnosticada com Covid-19. “Eu sofri muito, foram dias difíceis, mas, com a ajuda dos profissionais, consegui me reerguer”, afirma ela, que foi acompanhada por psicólogos e terapeutas ocupacionais. “Todos estavam cuidando de mim a todo momento. Esse auxílio fez toda a diferença”.

Atendimento complementar

O Serviço de Cuidados Paliativos é uma unidade de atendimento ambulatorial especializada em complementar o tratamento de pacientes oncológicos atendidos no HB. Compõem a equipe quatro médicas paliativistas, uma assistente social, uma psicóloga, uma terapeuta ocupacional, três técnicas de enfermagem, um técnico administrativo e uma recepcionista.

Os atendimentos visam ajudar o paciente a lidar com a doença em diversos aspectos. “O foco é na qualidade de vida”, pontua a psicóloga Flávia Nunes. “A gente trabalha com um conceito que é de ‘dor total’. Além da dor física, a gente diagnostica outras dores, como sociais, emocionais, psicológicas, espirituais. Ou seja, precisamos olhar para o ser humano em várias dimensões”.

Cada pessoa recebe um atendimento específico. No caso de Eloilde, a equipe trabalha com a ansiedade e a adaptação às mudanças e às limitações. “Ela chegou aqui muito fragilizada com as transformações causadas pelo câncer”, lembra Flávia. “Nosso primeiro passo foi acolher e ter uma postura curiosa, atenta e de escuta”. O segundo passo, segundo a psicóloga, foi pensar, ao lado da paciente, nas possibilidades que a doença traz. “A gente pensa na maneira de ela se reinventar em todo esse processo”, explica.

O atendimento é de segunda a sexta-feira, das 7h às 12h e das 13h às 18h, no térreo do HB, próximo ao refeitório. As consultas são exclusivas para pacientes e familiares atendidos na unidade de saúde, podendo ser agendadas após encaminhamento dos profissionais de oncologia.

Janeiro Branco

O trabalho do Serviço de Cuidados Paliativos do HB é alinhado com a campanha nacional Janeiro Branco, que busca conscientizar sobre as necessidades relacionadas à saúde mental e emocional das pessoas. Também em apoio à campanha, o Iges-DF iniciou, neste mês, a oferta de serviços psicológicos para os seus colaboradores.

As informações são da Agência Brasília

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