Menu
Brasília

Grileiros ateiam fogo em barracos de quem não faz pagamento de “taxa”

Arquivo Geral

12/02/2019 16h03

Foto: Divulgação/PCDF

Raphaella Sconetto
[email protected]

Em uma segunda fase operação Terra Limpa para coibir a grilagem de terras em Planaltina, a Polícia Civil cumpre cerca de dez mandados de prisão preventiva em Planaltina nesta terça-feira (12). Os alvos são os líderes de uma associação criminosa que iniciou um parcelamento irregular na região administrativa. O espaço é conhecido como Nova Planaltina II e já possui aproximadamente 1,3 mil lotes. Entre as líderes está uma ex-candidata ao cargo de deputada distrital, Iara Fernandes de Oliveira, 38 anos. Grupo responderá por sete crimes.

Equipes da Delegacia Especial de Proteção Ao Meio Ambiente e à Ordem Urbanística (Dema) investigam a grilagem de terra desde o fim do ano passado, quando o loteamento começou a surgir. No final de janeiro, a primeira fase foi deflagrada e 25 pessoas foram presas em flagrante. Por ser um crime ambiental, todas assinaram o termo circunstanciado e respondiam em liberdade.

Segundo Mariana Almeida, delegada-adjunta da Dema, no fim do mês passado, duas das principais líderes foram presas, mas também foram soltas em audiência de custódia. “Começamos a atuar com objetivo de identificar as lideranças. No final de janeiro, fizemos a primeira fase da operação. Agora, diante de novos fatos, foram expedidos novos mandados de prisão preventiva”, explica.

Nesta terça-feira (12), Iara voltou a ser presa. “É a principal líder do movimento. Em depoimento, a mulher confirmou que foi ela quem deu início à invasão”, aponta a delegada. Além da líder comunitária, um jovem de 20 anos também foi preso. Pedro Henrique da Cunha Maia é suspeito de ameaçar os moradores do assentamento.

Ameaças

Moradores do assentamento Nova Planaltina II pagavam, em média, R$ 7 mil por lote. Além desse valor, eles tinham de repassar aos líderes de R$ 30 a R$ 40 por mês. “Aqueles que tinham interesse em permanecer na área precisavam pagar taxas ao grupo. Se não concordassem, sofriam ameaças. Tem situação até de que barracos foram incendiados porque as pessoas não concordavam”, afirma Mariana.

Quem mora ali, porém, também poderá ser investigado. Conforme a delegada da Dema, a invasão não é somente de pessoas carentes. “Vários moradores têm casa em Planaltina. São pessoas que visam o lucro com a venda daquele lote no futuro ou com uma possível regularização da área”, destaca.

Crime

O grupo de cerca de dez pessoas responderá por associação criminosa, parcelamento irregular do solo para fins urbanos, dano ambiental, extorsão, porte irregular de arma de fogo, ameaça e incêndio.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado