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Brasília

Golpe em agência bancária do Guará acende alerta para ações criminosas

Arquivo Geral

30/06/2018 8h00

Atualizada 29/06/2018 19h04

Foto: Luis Nova/Arquivo/Jornal de Brasília

Ana Clara Arantes
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A ação de golpistas em agências bancárias é comum no Distrito Federal. O crime muitas vezes começa com a oferta de ajuda, somada à distração das vítimas por poucos instantes. Foi assim que uma professora foi alvo dos criminosos recentemente, em uma agência bancária do Banco do Brasil no Guará. A vítima recebeu orientação de um desconhecido e, naquele momento, não percebeu que estava sendo furtada. Ela alega que um criminoso trocou seu envelope de depósito em uma questão de segundos.

Patrícia de Oliveira Silva, 44 anos, conta que foi depositar o dinheiro do aluguel no dia 14 deste mês, por volta das 14h30. “Eu sempre faço transferência, mas, como tive um problema no banco, precisei retirar o dinheiro e depositá-lo. Contei as notas em um lugar seguro e as coloquei na carteira. Quando cheguei ao banco, tinha um envelope de depósito em dinheiro em cima da bancada, separado dos demais. Peguei e preenchi meus dados, mas depois percebi que o lacre estava violado”, relata.

A professora descartou o envelope e repetiu o procedimento. “No momento de colocá-lo no caixa, uma pessoa atrás de mim, na fila, disse que o envelope estava do lado errado. Foi aí que ela pegou o envelope, virou e voltou para a fila”, relembra.

Patrícia não percebeu nada de anormal, mas depois se deu conta de que havia sido furtada naquele momento. “Só percebi quando a imobiliária me informou que o valor do depósito era diferente do valor que marquei no momento do procedimento. O depósito era referente a R$ 1.400, mas foi realizado apenas com um valor de R$ 42”, conta.

“Foi aí que me lembrei do que havia acontecido na agência. Liguei no banco e me informaram que eu precisava registrar o ocorrido por meio do telefone do banco. Pedi também a filmagem do dia, mas não obtive resposta. Liguei novamente na quinta-feira (28), minha ocorrência foi reaberta e receberei uma resposta dentro de cinco dias úteis”, relata a professora.

Crimes comuns
De acordo com o major Michello Bueno, porta-voz da Polícia Militar do DF, o mais comum, principalmente em caixas eletrônicos, são estelionatários que observam a movimentação, esperando a oportunidade de agir. Ele pontua que pessoas que estão com alguma dificuldade de procedimento acabam chamando a atenção dos criminosos, que oferecem ajuda e se aproveitam da oportunidade para cometer seus crimes.

“Nesse momento, podem roubar, trocar ou clonar o cartão, além de roubar senha e dados. Em caixas eletrônicos, há casos em que os criminosos instalam um sistema conhecido como ‘chupa cabra’. É uma ferramenta que fica por cima da máquina e, assim, eles conseguem puxar todos os dados de um cartão”, explica.

Outro golpe que acontece bastante é conhecido como “pescador”. “Instalam um dispositivo pelo qual os ladrões conseguem ‘pescar’ o envelope que foi depositado”, lembra.

Além do estelionato, assaltos são outra preocupação nas redondezas das agências. É a famosa “saidinha de banco”. “Um indivíduo observa quem saca dinheiro e passa a informação para um comparsa que está do lado de fora. Então, os criminosos agem e assaltam a vítima”, relata.

Prevenção
O major Michello alerta que é necessário observar se não há nada de estranho no equipamento do caixa eletrônico: “Reparar se não tem nada de suspeito, ou nada solto. Observar se não tem ninguém olhando na hora em que for digitar senha e, de preferência, colocar a mão em cima, para dificultar a visibilidade de outras pessoas”, recomenda.

O policial orienta ainda que, se for pedir ajuda, peça para um funcionário do banco. Mas, mesmo assim, evite passar seus dados. “Em relação a saques, evitar retirar grandes quantias em dinheiro e optar por transferências. Mas, se não for possível, sempre ir com mais de uma pessoa e ser o mais discreto possível”, completa. Também não se deve sair contando o dinheiro sacado.

Registro de ocorrência
Patrícia, vítima de estelionato no Guará, não pretende registrar ocorrência na Polícia Civil, pois prefere aguardar uma resposta do banco. “Caso não tenha um retorno da agência, aí irei à delegacia”, justifica. No entanto, o registro da ocorrência é muito importante para identificar manchas criminais. A Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social (SSP) informou por meio de nota que, a partir dos registros das ocorrências, é possível a indicação dos locais, dias e horários de maior incidência dos crimes.

“O estudo é utilizado pelas forças de segurança para o planejamento operacional. A Polícia Militar, por exemplo, trabalha na elaboração de estratégias para a distribuição do policiamento ostensivo, e a Polícia Civil, na desarticulação de quadrilhas e investigação de crimes”, aponta a pasta.

Outros órgãos do governo, como a Secretaria de Cidades, também utilizam o levantamento para melhorar a infraestrutura da cidade, como poda de mato alto e melhorias na iluminação pública. Essas medidas, segundo a SSP, contribuem para o aumento da sensação de segurança da população e a queda nos índices criminais.

Câmeras de segurança
O Banco do Brasil não comentou o caso do Guará. Por meio de nota, informou que “orienta seus clientes durante os atendimentos e por meio de avisos em todos os terminais, especificamente com relação à proteção de senhas e a não aceitar auxílio de estranhos”. Segundo a instituição, para evitar ações de criminosos, também atua no monitoramento de imagens de suas dependências, com vistas a identificar ações suspeitas em andamento e promover o acionamento de órgãos competentes.

 

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