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Brasília

GDF combate Aedes aegypti em casas vazias ou abandonadas

Nos terrenos baldios, Divisão de Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde faz pesquisa de focos, verifica criadouros e aplica produtos para eliminar o mosquito

Redação Jornal de Brasília

19/02/2020 19h59

As casas vazias e abandonadas do Distrito Federal são um prato cheio para o mosquito da dengue. O Aedes Aegypti – que transmite dengue, chikungunya e Zika pode ter a vida facilitada por matos altos, entulho, calhas entupidas e piscinas descuidadas. 

Para combater o problema, o Governo Distrito Federal está acessando terrenos e fazendo pesquisas para encontrar focos do Aedes Aegypti pelo DF. A última ação foi feita no Lago Sul. 

Segundo a Secretaria de Saúde (SES), dados apontam que 92% dos focos do mosquito estão nos quintais das casas. A situação é ainda mais crítica quando não há cuidados com os espaços que sofrem com abandono. Só no Lago Sul, a estimativa é que mais de 200 endereços estejam nessa situação – e devem ser inspecionados um a um.

“Tivemos 62 óbitos e não podemos mais deixar isso acontecer no DF”, lembra Edgar Rodrigue, diretor de Vigilância Ambiental. 

Na QI 7, um caseiro recém-diagnosticado com dengue acendeu alerta da vizinhança, que procurou o governo para atuar efetivamente no combate ao mosquito nos endereços fechados há muito tempo. “Estamos sempre preocupados com casas vazias, que não têm manutenção, para evitar focos. A falta de cuidado é hospedeiro ideal para proliferação do mosquito”, afirma o empresário Pedro Araújo, 66 anos.

De acordo com o morador da rua, três imóveis abandonados ou fechados entre os conjuntos 14 e 15 perturbam. Um deles foi visitado nesta quarta-feira (19). Um funcionário acionado pelos proprietários após denúncias recebeu a equipe e permitiu o acesso. Ali, a inspeção foi realizada em busca de criadouros onde o vetor pode desovar, amostras foram colhidas e o tratamento com inseticida larvicida à base de Espinosade.

Diretor de Vigilância Ambiental (Dival), Edgar Rodrigues esclarece que a fêmea do Aedes aegypti deposita até 450 ovos por vez e tem capacidade de fazer cinco posturas durante a vida. Assim, são mais de 2,2 mil ovos ao todo. “Infectado, o mosquito fêmea poderia contaminar toda essa área. Tivemos 62 óbitos e não podemos mais deixar isso acontecer no DF”, ressalta.

Ação interdisciplinar

“Todos os órgãos do GDF, por orientação direta do governador Ibaneis Rocha e do vice-governador Paco Brito, realizam reuniões periódicas e permanentes ao longo desse período crítico para estabelecer providências a serem adotadas e estratégias para não permitir a proliferação do mosquito”, lembra o administrador do Lago Sul, Rubens Santoro Neto.

Ele explica que há uma determinação judicial que permite acessar imóveis abandonados. A entrada forçada, porém, é usada como último recurso. “A administração contata os proprietários para que eles limpem a área ou permitam o acesso das equipes para a limpeza do ambiente. Sem autorização direta, infelizmente temos que valer a intimação, porque a saúde e a vida humana estão acima dos interesses pessoais”, defende.

Desde 24 de janeiro o DF está em situação de emergência de saúde pública, por tempo indeterminado, em razão da ameaça de epidemia de dengue e outras doenças. De acordo com dados da Secretaria de Saúde, até a última semana de janeiro deste ano foram registrados 1.419 casos da doença no DF, com um óbito confirmado. As informações da pasta apontam ainda que 92% dos focos do mosquito Aedes aegypti estão em quintais de casas particulares.

Esforços

O GDF tem atuado ativamente no enfrentamento ao Aedes aegypti. A partir desta quarta-feira (19), sete hospitais da rede pública de saúde do DF irão receber as Salas de Acolhimento para Casos Suspeitos de Dengue: Planaltina, Região Leste, Asa Norte, Guará, Gama, Brazlândia e Taguatinga.

Todas as regiões administrativas do DF recebem, diariamente, ações de combate e prevenção à dengue. Aos finais de semana, a Secretaria de Saúde tem feito ações de massa em determinadas cidades. Os esforços do governo também envolvem a reabertura da sala de hidratação oral dos hospitais da Região Leste e de Ceilândia para reforçar o atendimento a casos suspeitos; vistorias de imóveis fechados com drones; e capacitação de servidores e contratação de pessoal.

O governador Ibaneis Rocha convocou a população a combater de forma ativa e responsável o mosquito transmissor da dengue. A Unidade de Assuntos Religiosos e a Secretaria de Saúde (SES) lançaram uma campanha em parceria com lideranças religiosas e entidades assistenciais. A ideia é fazer um “dia D” de combate à dengue nos templos religiosos.

Dicas para combater a proliferação do Aedes aegypti:

Tampe os tonéis e caixas d’água

Mantenha calhas sempre limpas

Deixe garrafas sempre viradas com o gargalo para baixo

Deixe ralos limpos e com aplicação de tela

Limpe semanalmente ou preencha pratos de vasos de plantas com areia

Retire a água acumulada na área de serviço, atrás da máquina de lavar roupa

 

Com informações da Agência Brasília 

 

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