Catarina Lima e Willian Matos
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O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, lamentou a volta de Brasília às “páginas policiais” devido a operação G4 deflagrada ontem pela Polícia Civil do DF para investigar irregularidades de licitações em obras no Sol Nascente nos anos de 2015 e 2016.
“Mais uma fraude com indício de corrupção. E eu pergunto ao Ministério Público onde ele estava quando o governador Rollemberg assinou contratos fraudulentos”, criticou Ibaneis, enfatizando que os contratos sob investigação foram assinados por seu antecessor.
A operação foi nomeada de G4, devido ao número de empresas (quatro) cujos contratos foram analisados.
O chefe do executivo local disse, ainda, que foram anos de desrespeito com a população do Sol Nascente/Por do Sol. “A população não entende por que as obras na localidade pararam. Pararam porque foram feitos contratos fraudulentos com as mesmas empresas. Tudo isso apontado em relatório da nossa controladoria. Já havia sido apontado lá atrás, mas o governador preferiu mentir para a população do Sol Nascente. Ele sabia que não ia concluir as obras, mas só pensou na questão eleitoral”, criticou.
Operação G4
Nesta quinta-feira (6) foram cumpridos 18 mandados de busca e apreensão. A Controladoria-Geral do DF analisou contratos firmados entre a Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos e os três consórcios de construtoras (Consórcio Nascente, Consórcio Nascente II e Consórcio Nascente III). Para a pasta, os documentos mostram que o repasse de R$ 13,5 milhões a mais do que a estimativa inicial, feito pelo GDF às empresas, foi desnecessário para as obras. À época, a gestão da capital federal era de Rodrigo Rollemberg.
Após inspeção do contrato, a Controladoria-Geral constatou que “os projetos são incompletos e inconsistentes, as licitações foram eivadas de ilegalidades nas fases de habilitação jurídica e técnica e a fiscalização não mitigou a ocorrência de ilegalidades e prejuízos ao erário em alterações contratuais.”
Os investigadores também constataram vínculo societário indireto entre a empresa projetista e a empresa líder do consórcio, que chegaram a funcionar no mesmo endereço. Parte das irregularidades também foram apontadas pela Controladoria Geral do DF em outro relatório.