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Brasília

Funcionários do Hran entram em greve por falta de pagamento

Funcionários contratados pela Sanoli contam que, há seis meses, estão recebendo apenas R$ 400 por mês. Empresa confirma os débitos e dá prazo para acerto

Redação Jornal de Brasília

15/09/2020 10h10

Willian Matos e Pedro Marra
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Funcionários de cozinha do Hospital Regional da Asa Norte (Hran), contratados pela empresa alimentícia Sanoli, cruzaram os braços nesta terça-feira (15). O grupo reivindica salários atrasados. Com isso, a alimentação dos pacientes da unidade pode ficar comprometida.

Nos últimos seis meses, a empresa vem pagando apenas parte dos salários, de acordo com os funcionários. Em setembro, os contratados receberam apenas R$ 400 cada. “A Sanoli fala que não tem dinheiro por conta dos governos anteriores, e quem sai perdendo é a gente”, afirma uma funcionária que preferiu não se identificar.

Além disso, ex-funcionários demitidos recentemente afirmam que não receberam valores referentes à rescisão contratual.

É o segundo hospital regional do DF cujos funcionários de cozinha realizam greve. Na segunda (14), ocorreu o mesmo na unidade de Ceilândia (HRC). Colaboradores do Hospital Regional do Guará (HRGu) podem também paralisar as atividades em breve.

O diretor da Sanoli, José Carlos Castilho, em contato com o JBr, não nega os atrasos. “A gente deveria ter pago tudo na sexta-feira passada e pagamos só R$ 400 para todos os funcionários”, afirma.

Castilho espera que até esta sexta-feira (18) a situação seja normalizada, mas alerta que a Secretaria de Saúde tem um prazo de 30 dias após o recebimento das faturas para realizar os pagamentos. Ou seja: como as faturas foram entregues no último dia 3, os funcionários poderão esperar até o dia 3 de outubro para receber o restante dos salários.

Embora tenha dado um prazo referente apenas ao mês de agosto, o diretor da Sanoli confirma que a prática de pagar apenas R$ 400 já ocorreu em outros meses. “Não é de hoje, não. Isso já aconteceu umas duas, três vezes, ou mais. A gente paga o que tem condições”, comenta. Castilho também afirma que a alta dos alimentos, dos equipamentos de proteção individual (EPIs) e de produtos descartáveis também prejudica a empresa. “A gente está até com receio de faltar arroz, porque o preço subiu e tá escasso no mercado.”

O diretor afirma que a Sanoli vem passando dificuldades financeiras por conta dos governos anteriores ao de Ibaneis Rocha. “Gestões anteriores, principalmente do governo passado, deixaram de nos pagar os reajustes salariais”, comenta. “Isso desestabilizou nosso caixa. O problema não é nessa gestão, mas o problema é do governo”, afirma.

Em janeiro, o governador Ibaneis Rocha chegou a dizer que o contrato com a Sanoli seria rompido. Contudo, a empresa ainda vem prestando serviços ao Executivo.

Em nota, a Secretaria de Saúde do DF informa que os pagamentos à empresa Sanoli estão em dia. “O pagamento à prestadora de serviços é realizado por meio de notas fiscais referentes ao mês anterior no dia primeiro de cada mês. A partir disso, a SES-DF tem até 30 dias para realizar o pagamento, conforme o contrato firmado com a Sanoli”, diz a pasta.

“A cobrança que a empresa está fazendo é referente à dívidas de gestões anteriores. Neste momento, a pasta está analisando o cálculo do montante da dívida apresentado pela referida empresa”, complementa.

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