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Brasília

Funap quer inserir 1000 detentos no mercado de trabalho até 2020

Além de empregar e oferecer cursos para os detentos, Fundação dá condições lucrativas para empresários. Em dois meses, oito empresas fecharam acordo

Willian Matos

02/12/2019 13h41

Foto: Divulgação

Willian Matos
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A Fundação do Amparo ao Trabalhador Preso (Funap), órgão vinculado à Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus), vem trabalhando para inserir cada vez mais o detento no mercado de trabalho. Em 2019, a pasta tem articulado com várias empresas privadas para que os espaços nos presídios destinados a oficinas de trabalho sejam ocupados. Graças às ações, 300 detentos estarão profissionalmente ocupados em breve.

A diretora executiva da Funap, Deuselita Pereira Martins, afirma que vários destes espaços nos presídios estavam ociosos. Mesmo com a ocupação de parte deles, as conversas com empresários para preenchimento dos locais disponíveis continuam. “O empresário vem, conhece os espaços e fala em qual deles tem interesse. Daí a gente fecha uma proposta para fazer a ocupação”, explica a diretora.

Vantagem para ambos

Ocupar os espaços nos presídios do Distrito Federal parece um negócio vantajoso não só para os presos, mas também para os empreendedores. Isso porque são poucas as despesas. “As únicas obrigações que os empresários têm é de arcar com os custos de água e luz, ensinar o preso a trabalhar e pagar a mão de obra dele”, revela Deuselita.

A diretora conta que, de dois meses para cá, foram fechados acordos com oito empresas. Algumas já estão em funcionamento, enquanto outras devem começar a operar em 2020 e empregar 300 presos em até três meses. Os empreendimentos são:

  • Uma empresa de fabricação de mesas e cadeiras – em funcionamento;
  • Uma empresa de produtos para petshop – em funcionamento;
  • Duas panificadoras – início em 16 de dezembro;
  • Duas empresas de costura industrial – início em janeiro;
  • Uma lavanderia hospitalar – início em março de 2020;
  • Uma indústria de reciclagem de plástico – início em março de 2020.

Além das parcerias com a iniciativa privada, a Funap viabilizou um acordo de cooperação com a Central de Abastecimento do Distrito Federal (Ceasa). Alguns presos irão atuar realizando compostagem (transformação de matéria orgânica em adubo) para a central, com início imediato.

Deuselita explica as ações da Funap em 2019. Foto: Lúcio Bernardo Jr/Agência Brasília

1000 empregados

Mesmo com o número significativo de 300 presos trabalhando até março de 2020, Deuselita afirma que a Funap tem uma meta maior. Até o fim do ano que vem, a pasta quer empregar 1000 funcionários. “Com todas as oficinas funcionando, a gente vai atingir 300 pessoas dentro do sistema prisional. O objetivo é chegar a 1000 até dezembro de 2020”, projeta.

Cursos de capacitação

Além da inserção no mercado de trabalho, a Funap procura capacitar os detentos com cursos em áreas diversas. Deuselita conta que, em 2019, foram abertas 12 turmas, sendo três para aulas de instalação e manutenção de ar condicionado; duas para pintor de parede; duas para eletricista; duas para pizzaiolo; uma para pedreiro; uma para cozinheiro; e uma para serralheiro. 230 presos vêm fazendo as aulas e devem ter a capacitação concluída ainda em dezembro deste ano.

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