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Brasília

Frustrado o hospital, GDF teme novo recuo

Fecomércio fala agora em doação de equipamentos. Mas não trata como “obrigação”. Integrantes do governo ouvidos pelo JBr temem que isso também não aconteça

Lucas Valença

01/06/2020 6h22

GDF teme mais um recuo

Fecomércio não cumpriu com o prometido e agora fala em doação de equipamentos

Secretários e integrantes do alto escalão do Governo do Distrito Federal (GDF) se disseram “frustrados” com a notícia de que o Serviço Social do Comércio (Sesc) e a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio-DF), não pretendem mais construir o prometido hospital de campanha, com 400 leitos. A unidade de saúde era tratada como uma compensação ao possível aumento de pacientes de covid-19 na rede de saúde do DF, já que o Buriti teria cumprido o acordado e liberado, com restrições, parte do comércio da cidade.

O hospital, então fruto de uma parceria entre o GDF, a Fecomércio-DF e o Sesc chegou a ser anunciado no Salão Nobre do Buriti no dia 15 de maio com a promessa de que em “30 dias” pacientes contaminados com o novo coronavírus já estariam sendo atendidos pela unidade de saúde. Desde então, a lentidão da Fecomércio-DF com a resposta começou a preocupar integrantes do governo.

O Jornal de Brasília chegou a noticiar a demora na elaboração do processo de licitação. Após 12 dias, a ausência de um edital para a constratação da empresa que construiria a nova unidade de saúde deu a certeza de que a Fecomércio-DF não mais cumpriria o prazo previsto de um mês, já que todos os recursos, previstos na Lei de licitações (nº 8.666), precisariam ser cumpridos.

Apesar da demora, os secretários do GDF ainda confiavam, porém, na construção do hospital. E demonstraram surpresa com a notícia de que isso não mais aconteceria, após a apresentação de um parecer técnico da Confederação Nacional do Comércio (CNC) contrário à obra. Os recursos seriam justamente doados pela CNC. A promessa inicial era de que fossem entregues 400 leitos para o atendimento da covid-19, sendo 360 leitos destinados para internação clínica e 40 para tratamento semi-intensivo.

Equipamentos

Segundo fontes do Buriti, o novo compromisso agora é de que a Fecomércio-DF doará “equipamentos” ao governo local. O acerto ainda será feito, já que o palácio deixou que o novo documento fosse apresentado pela própria entidade empresarial.

O presidente da Fecomércio-DF, Francisco Maia, explicou que a entidade ainda está “estudando” a possibilidade de doar equipamentos para ajudar a suprir a necessidade do sistema de saúde do DF. Ele enfatizou também que não seriam leitos a serem doados, mas possíveis utensílios e aparelhos utilizados para o tratamento da pandemia. Maia ressaltou, porém, que a entidade empresarial não tem a obrigação de doar os equipamentos, que seria um “ato voluntário”.

Saiba Mais 

O Distrito Federal registrou mais oito óbitos pela covid-19 ontem. Ao todo são 170 mortes contabilizadas desde o início de casos na capital e entorno.

Também foram registrados 306 novos casos nas últimas 24h, completando, portanto, 4.225 pessoas infectadas pela doença atualmente.

As novas vítimas do novo coronavírus são das Regiões Administrativas de Águas Claras, Ceilândia, Guará, Riacho Fundo, Samambaia e Taguatinga.

O número de recuperados, no entanto, é maioria: são 5.384 recuperados do novo coronavírus, com 55,1% dos registros.

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