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Brasília

Freis afirmam serem vítimas de difamação

Dossiê divulgado em rede social leva freis Alex Nuno e Hoslan Guedes a abrir processo de difamação contra denunciante

Redação Jornal de Brasília

24/07/2020 15h06

Lucas Neiva
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A defesa dos freis Alex Nuno e Hoslan Guedes da Paróquia dos Evangelistas São Marcos e São Lucas nega que os religiosos tenham cometido qualquer crime sexual contra fiéis da igreja. Segundo a defesa dos freis, a publicação se trata de uma campanha de “fake news” com objetivo de difamar os dois padres.

“Não existe nada, nenhuma conduta criminosa praticada pelos freis”, posiciona a advogada Márcia Teixeira. “É de uma extrema covardia o trabalho difamatório que vem sendo veiculado em desfavor dos freis. Porque quando acabar todo esse procedimento, em que vai ficar comprovado que os freis não cometeram as acusações que foram divulgadas contra eles, vai ser muito difícil resgatar a honra perdida”, exclama a advogada.

Em resposta às acusações feitas no Twitter, os freis abriram processo por difamação contra os perfis que publicaram o suposto dossiê. Em nota, a PCDF afirma que investiga em procedimentos separados o conteúdo das denúncias e a possibilidade de se tratar de uma campanha de “fake news”. “É revoltante. Apesar de eles terem um trabalho missionário muito bonito, vai ser muito difícil apagar o que foi divulgado sobre eles nas mídias sociais. (…) Se os freis tivessem cometido as atrocidades que estão divulgando, não teriam saído da delegacia pela porta da frente”, reforça a advogada.

A defesa das donas dos perfis afirma ainda que aguarda o andamento das investigações policiais para se pronunciar sobre o caso. Uma das donas nega que se trate de uma campanha de difamação. “Nossa intenção nunca foi manchar o nome de ninguém, apenas alertar os fiéis que deixavam seus filhos soltos com eles, porém não citamos nomes”.

Acusações

Alex Nuno foi o frei que recebeu as acusações mais leves. Os relatos e as capturas de tela divulgadas demonstram trocas de mensagens de teor sexual com fiéis da igreja, mas sem sair do nível verbal e com fiéis dentro da idade permitida pela lei. Já Hoslan Guedes sofreu acusações mais sérias, com vazamentos de mensagens de teor sexual, enviando e solicitando fotos íntimas das vítimas em troca de recompensas que vão de quantias em dinheiro a veículos.

“Ele expulsou meu filho da paróquia”, relata a mãe de uma das supostas vítimas. “Na época ninguém entendeu, mas era porque ninguém sabia que era o Hoslan quem disse que não queria ele lá”, afirma. A mãe relata que Hoslan enviava fotos e vídeos íntimos ao seu filho, na época com 18 anos, e também insistia para que o filho também mandasse fotos do tipo. Ela afirma também que, mais tarde, o frei teria confessado a prática. “Ele admitiu, pediu desculpas, pediu perdão à família e disse que estava sofrendo ameaça. Mas ameaça nossa que não é”, declara.

A defesa nega tanto a possibilidade das mensagens configurarem assédio quanto a veracidade das capturas de tela. “De forma alguma. Isso é fake news. Negamos veementemente”, afirma Márcia Teixeira. A mãe da vítima afirma que vai entrar com pedido na justiça para quebra do próprio sigilo telefônico e do de Hoslan para que o conteúdo das mensagens seja comprovado nas investigações.

Diferentemente da versão da defesa, a mãe revela que ao longo de 2017 Hoslan tentou estabelecer amizade com seu filho antes de começar os assédios. Os dois mantinham uma amizade próxima, e os assédios teriam começado como uma “brincadeira de amigos”.

A mãe afirma que tentou obter esclarecimentos com o frei, mas que só obteve resposta uma semana depois, quando Hoslan fez contato telefônico. “Ele me garantiu que não havia relacionamento físico, pediu perdão. Graças a Deus a mãe dele não estava viva para ver isso”, afirma. O membro teria sido expulso em 2018 por não aceitar o assédio cometido pelo frei.

Entenda o caso

O dossier publicado no Twitter continha relatos e capturas de tela de mensagens de supostas vítimas de assédio sexual e pedofilia na paróquia. Algumas das denúncias foram associadas aos freis Alex Nuno e Hoslan Guedes, conhecidos na paróquia e nas redes sociais pelo seu trabalho de evangelização por meio da música. As denúncias de abuso, supostamente cometidos por cerimonialistas da paróquia, são investigadas separadamente e em sigilo pela 2ª Delegacia Especial de Atendimento à Mulher.

 

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