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Brasília

Formados não recebem diplomas

Alunos da Faculdade JK denunciam que não têm como comprovar graduação há mais de um ano

Pedro Marra

09/07/2020 5h01

Em denúncia enviada ao Jornal de Brasília, ex-alunos de Enfermagem da Faculdade JK relatam que estão há mais de um ano à espera do diploma de conclusão do curso de graduação. De acordo com os profissionais, a instituição afirma não ter entregue o documento ainda porque supostamente aguarda o retorno das atividades da Universidade de Brasília (UnB), que seria a resposnável por fazer o registro do documento.

Um ex-aluno da instituição, que não quis ser identificado, conta que foi aprovado em um processo seletivo do Governo do Distrito Federal e que precisa do diploma para tomar posse. Ele conta que enviou um e-mail à faculdade pedindo esclarecimento pelo tempo de espera do documento.

“Concluí o curso de bacharel em enfermagem pela Faculdade Jk de Brasília em abril de 2019 e desde então a faculdade nunca me entregou o diploma, assim como para outros ex-graduados. Alguns alunos já receberam os diplomas por terem apresentado alguns documentos que justificavam urgência e outros que pagaram valores extras”, protesta no texto.

Ao procurar a Universidade de Brasília (UnB), a instituição federal informou ao rapaz que de acordo com a Portaria do Ministério da Educação (MEC) nº 1095, de 25 de outubro de 2018, artigo 3º, “os diplomas expedidos pelas universidades serão por elas próprias registrados, e aqueles conferidos por instituições não universitárias serão registrados por universidades credenciadas, na forma da legislação vigente.”

Na mesa da diretora

“Eu me formei agora no meio do ano e perguntei em quanto tempo eu receberia meu diploma. A diretora Patrícia [referindo-se a Patrícia Lima, diretora da faculdade JK] me falou que tem mais de 300 para mandar para a UnB na mesa dela, e que se eu passar em algum concurso é para eu ligar para ela com 48 horas para ela levar meu processo na UnB”, expõe outra ex-aluna em um grupo de colegas no WhatsApp.

Rafael Melonio, 34 anos, também se formou em março de 2019 e também não recebeu o diploma.

“Fui à faculdade em dezembro e a diretora me confirmou que eu estaria na lista que ela iria enviar no dia 15 de janeiro, informando que a UnB estaria de recesso de fim de ano. Até aí, tudo bem, me contive. mas até agora, nada.”

Ele diz que entrou em contato com a ouvidoria da faculdade no dia 3 deste mês e informaram que seu diploma estava previsto para ir para registro na UnB no mês de fevereiro, mas que houve um atraso, e devido ao decreto que suspendeu as atividades da mesma eles não puderam ser encaminhados. De acordo com Rafael, a faculdade teria prometido que o processo dele estaria na primeira remessa a ser enviada para a UnB.

“É obrigação da faculdade e meu direito ter o diploma. Quando fui lá no final do ano, não me entregaram nenhum documento comprovando a que a diretora Patrícia havia dito. Ou seja, palavras ao vento. Mas o tempo já é o necessário para a comprovação dessa irregularidade”, lamenta.

UnB com “acessos limitados”

A UnB diz que não tem competência para expedir diplomas de outras instituições. “Os diplomas são expedidos ou confeccionados pela própria instituição de ensino superior. Dessa forma, a Universidade de Brasília, sendo universidade credenciada, é apenas responsável por registrar diploma. Não temos competência para expedir diploma em nome da JK. Por causa da pandemia, a UnB registrará os diplomas comprovadamente urgentes”, diz a UnB por e-mail, ao citar indiretamente o caso do ex-aluno da denúncia.

A UnB explica que a Secretaria Acadêmica está fechada, atendendo mediante agendamento das faculdades, que devem “entrar em contato com o setor Engenharia de Redes de Comunicação (REDES) por e-mail, enviar os processos dos alunos digitalizados. É feita uma análise, e agendada uma data para irem à UnB para que os dados do registro sejam transcritos para os diplomas físicos e devolvidos no mesmo momento. Não temos diplomas da JK pendentes de registro na UnB”, finaliza o setor de diplomas da universidade.

Procurada pela reportagem, a diretora da Faculdade JK, Patrícia Lima, não respondeu o contato até o fechamento desta edição.

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