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Brasília

Foco na ajuda a preservar e reflorestar o cerrado

Jardim Botânico de Brasília amplia o laboratório de reprodução in vitro

Olavo David Neto

23/11/2020 5h37

Mais um reforço para a revitalização do Cerrado. Foi iniciada nas últimas semanas a obra de ampliação do laboratório de reprodução in vitro do Jardim Botânico de Brasília (JBB). A reforma, viabilizada por meio de verba parlamentar, pretende impulsionar o trabalho do órgão na questão de reflorestamento e devolução de espécies da flora da região à natureza.

Superintendente técnico-científica do JBB, Lilian Breda comemorou a iniciativa. “É uma reforma que nos dará uma estrutura adequada. Com a obra, teremos um laboratório de ponta para que atuemos com espécies ameaçadas de extinção”, relatou a engenheira florestal. Breda esteve à frente da Comissão Permanente de Licitação de Obras e Serviços de Engenharia do Jardim Botânico entre 2016 e 2017. Atualmente, segundo conta, há cinco espécies de orquídeas naturais do Cerrado reproduzidas no laboratório.

A função da estrutura não é substituir as funções da natureza, mas “dar uma ajuda” à disseminação e fertilização dos grão, que “são semelhantes a areia”. “Hoje, contamos com dois mil frascos, e cada um deles contém entre sete e oito mudas. São 30 mil de capacidade, e com a ampliação, essa capacidade será triplicada”, aponta Breda, indicando que há, ainda, o ganho paisagístico. “Isso serve não só para replantar no JBB, mas em projetos como o Orquídeas nas Quadras, em parceria com a Novacap”, conta.

Segundo a gestora, o impulsionamento do laboratório ajudará já a partir do primeiro dia após as obras – que devem se encerrar em fevereiro de 2021. “Cada tipo de planta precisa de aclimatação numa espécie de incubadora. A orquídea precisa ficar num ambiente a 21ºC, com estrutura ligada 16h por dia. A ampliação desse setor vai aumentar a capacidade de armazenamento”, comenta Breda.

Com o empreendimento, conta Lilian, o jardim de preservação terá mais capacidade para cumprir o objetivo que o ergueu. “A missão do JBB, que fica numa Área de Proteção e Integração, é conservar e preservar o cerrado”, comenta. A conscientização da população a partir das bases, conforme conta, é ainda mais potencializada. “Atuamos na educação ambiental da população, principalmente com escolas públicas e privadas de Ensino Médio. Apesar do laboratório não ser aberto ao público, será feita uma espécie de vitrine para que as pessoas possam conhecer as espécies”, explica a superintendente.
Responsável pela destinação da verba, o deputado distrital Martins Machado disse ao Jornal de Brasília que a medida era necessária há algum tempo. “É uma demanda muito antiga que precisa ser sanada. Hà várias espécies de orquídeas ameaçadas de extinção que constam na lista do Ibama, além de espécies raras de difícil de reprodução”, argumenta o parlamentar. “Atualmente, estão expostas a umidade, mofo, infiltração, forro de amianto e insetos. Com a destinação do recurso daremos um passo importante nesse processo, pois sairão de um laboratório adaptado para um adequado”, pontua.

A manutenção e recuperação do bioma no qual está inserida a capital da República também pautou a ação legislativa. “É necessária a preservação e conservação do bioma Cerrado, com esse laboratório contribuiremos para um grande avanço nesse sentido”, disse Machado.
As obras foram iniciadas no último dia 9 e têm prazo de entrega fixado em 90 dias. Para a reforma, foram empenhados pouco menos de R$ 400 mil.

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