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Brasília

Fiscais de prova da FGV reclamam de pagamento atrasado por três meses

Arquivo Geral

31/10/2018 21h08

Foto: MEC/Divulgação

Rafaella Panceri
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Fiscais de prova e chefes de sala contratados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) para trabalhar na última prova do Exame Nacional Para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja), no último dia 5 de agosto, reclamam de não terem recebido o pagamento até hoje.

O dinheiro deveria ter sido depositado na conta dos trabalhadores em até 30 dias após a prestação do serviço, mas cerca de 40 pessoas reclamam que isso não aconteceu. O grupo é do Gama e trabalhou no Centro Educacional 6. Ao cobrar da instituição os valores devidos, eles não obtiveram resposta.

Eles afirmam que, em certames de 2017 organizados pela fundação, o pagamento foi efetuado com mais rapidez. Alguns estão escalados para trabalhar na aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio, nos próximos dia 4 e 11 de novembro, mas temem que o problema se repita e a dívida se acumule.

Foto: WhatsApp/Reprodução

Ajuda de custo
A administradora de empresas Ciléia da Silva Rodrigues, 32, aguarda o pagamento de R$ 150. “Ninguém da nossa equipe recebeu ainda. Tivemos que chegar na escola às 7h e saímos às 20h no dia 5 de agosto. Levamos marmita. A única ajuda de custo que tivemos foi de R$ 12 e nosso dinheiro até hoje não saiu. A coordenação fala que não sabe de nada e que a FGV está analisando nossos documentos”, relata.

Em um grupo de WhatsApp, o grupo troca informações e cobra respostas de uma mulher identificada como Rita. Procurada pela reportagem, ela, que é apontada como coordenadora local, afirmou não ter vínculo com a FGV. “Trabalhei como eles [os fiscais e chefes de sala] e estou sem receber também. Essas respostas sobre atraso eles terão junto à FGV”, afirmou, por telefone.

‘Atraso nunca passou de um mês’
Outra pessoa que está sem pagamento é a intérprete Anna Cristina, 38, que atuou como chefe de sala. “Já trabalhei várias vezes no Enem, mas no Encceja foi a primeira vez. Estou aguardando me pagarem e acredito que farão isso. Já houve atraso antes, mas nunca passou de um mês”, lembra a mulher, que deve receber R$ 180.

“A satisfação que eles nos deram para o atraso foram as provas ainda não aplicadas aos presidiários devido, a alguns lugares serem de difícil acesso. Eu entendo. Disseram que só depois disso eles verificariam a nossa documentação para pagar. Algumas escolas já passaram pelo procedimento e receberam. A nossa, não”, conta.

Ela, que trabalha há anos na área, está confiante de que a FGV pagará o que deve. “Fui convocada para o Enem, no próximo fim de semana, e vou porque sei que eles pagam”, frisa.

Já a empresária Udivânia Diniz Miranda, 39, também foi chamada para trabalhar, mas pensa em não ir, caso não receba o dinheiro. “Não é uma situação normal e acho que não vão pagar. Estamos sem respostas e a FGV não diz o que está acontecendo. Perdemos o dia todo trabalhando porque precisamos do dinheiro. É absurdo”, tensiona.

Versão oficial
Procurada pela reportagem, a FGV não se pronunciou até a publicação da matéria.

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