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Brasília

Férias: viajar requer cuidado redobrado

Saiba quais os riscos e como se manter prevenido nas viagens esse verão. Especialista dá dicas

Redação Jornal de Brasília

01/01/2021 7h11

Mayra Dias
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Mesmo com a segunda onda da pandemia, muitos brasilienses não vão deixar de aproveitar as férias em outro estado. Só no mês de dezembro, o Aeroporto de Brasília recuperou quase 70% do seu movimento aéreo pré-covid, sem contar com quem optou, ou vai optar, pelas viagens de carro. Para quem não vai deixar de curtir o verão, o infectologista Alexandre Barbosa dá dicas para se manter prevenido.

“É fato que viajar agora é uma exposição. A aglomeração é inerente a esses ambientes. Não está havendo distanciamento entre as cadeiras nos voos comerciais. As pessoas ficam muito próximas e, eventualmente, alguma pode estar contaminada”, explica o chefe de infectologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Dados divulgados pelo próprio terminal brasiliense mostraram que, só na segunda quinzena deste mês, estavam previstos 4.063 voos. Para atender a demanda, foram incluídos 266 voos extras na malha aérea da capital federal.

Circulação aumentou

Ainda sem o levantamento fechado, no início do mês, o aeroporto estava prevendo a circulação de 565 mil passageiros nesse período. Foram os dias 22 e 23 e 29 e 30, vésperas de Natal e Ano Novo, os dias com maior fluxo. Júlia Rafaela, de 22 anos, foi uma das usuários que passaram pelo local em dezembro.

“Viajei no comecinho do mês e o movimento já estava bem intenso, bastante gente aglomerada nas filas. Confesso que fiquei um pouco aflita, não tem como”, conta a estudante que foi para o Ceará com a mãe e a irmã.

No mês de novembro, a Inframerica registrou o fluxo de 850.960 mil passageiros e o equivalente a 7.557 voos. Os dados mostram que, em questão de usuários, o aumento foi 6,7% sobre outubro, o que representa um aumento desde abril, quando a movimentação foi de apenas 5% do previsto para a época.

Para Alexandre Barbosa, optar pelos voos, no momento, não é o mais adequado. “Por mais que seja mais confortável, o melhor, nessa pandemia, é viajar de carro, se possível”, avalia o especialista.
Levando em consideração que , apesar de mais longa.

Lugares isolados

Além do transporte, o profissional compartilha outras dicas para quem vai curtir as férias fora do quadradinho. “Brasileiro gosta de lugar que bomba, mas esse não é o momento de procurar esses locais.

O melhor, se você quer viajar, é escolher destinos pouco procurados, mais desertos, sem aglomerações”, explica Alexandre. “Ilhas desertas, uma casa em uma montanha, por exemplo”, completa o profissional.

A escolha de um destino pouco conhecido foi a estratégia utilizada por Júlia e sua família. A jovem conta ter ficado uma semana em uma praia afastada onde, além delas, só tinha o mar. “Parecia que tínhamos alugado a praia só pra gente. Foi ótimo, não tivemos contato com mais ninguém”, relembra.

Além de fugir das aglomerações, a família de Júlia também foi sensata ao escolher o local onde ficaram hospedadas. “Alugamos uma casa. Não ficamos em hotel para evitar contato com pessoas ou superfícies que poderiam estar contaminadas. Nos isolamos mesmo”, relata a moradora de Planaltina DF. Na avaliação de Alexandre, se for possível, essa é a escolha mais recomendada aos viajantes. “Alugar uma casa é uma opção mais segura, pois você não terá contato com outros hóspedes ou funcionários igual teria em um hotel, por exemplo”, explica.

Higiene não sai de férias

O último lembrete do infectologista é manter os hábitos de higiene mesmo estando de férias.
Os mesos cuidados, como manter as mãos limpas com álcool em gel ou água e sabão, quando possível, não devem ser hábitos abandonados.

“Não se pode também esquecer de usar a máscara quando for se comunicar ou passar perto de outras pessoas. Ela vai ajudar, mesmo não sendo 100% efetiva na prevenção contra o vírus”, destaca Alexandre.

Seguindo esses princípios básicos, o chefe de infectologia da Unesp afirma que é possível sim, fazer uma viagem menos arriscada e aproveitar as férias de janeiro dentro do possível.

“É claro que não tem como fazer uma viagem 100% segura, mas acredito que as escolhas que fizemos, com exceção do aeroporto, contribuíram para que tudo fosse mais tranquilo e nossa viagem fosse boa e sem consequências”, finaliza Júlia Rafaela.

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