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Brasília

Febre no Distrito Federal, narguilé pode causar câncer e outras doenças

Arquivo Geral

16/02/2019 14h11

Foto: Jaimeluisgg/Wikimedia Commons

Da Agência Saúde

Um hábito crescente, sobretudo entre os jovens, o uso do narguilé representa um grande perigo à saúde. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que apenas uma hora de uso equivale a tragar 100 cigarros. O consumo pode levar ao aparecimento de câncer de pulmão, doenças cardíacas e respiratórias, além de também causar dependência.

Reportagem do Jornal de Brasília já mostrou que a fiscalização dos bares que oferecem narguilé no DF é capenga. A situação favorece que eles funcionem irregularmente, ignorando normas sanitárias.

O aparelho de narguilé é um tipo de cachimbo de água, de origem oriental, destinado a fumar tabaco aromatizado. É muito utilizado por hindus, persas e turcos. Mas, já disseminado por todo o mundo, o objeto é constituído de um fornilho, um tubo longo, pelo qual passa a fumaça antes de chegar à boca, e um pequeno recipiente, originalmente usado para armazenar água perfumada.

De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), em 2015, 212 mil brasileiros eram usuários. Desse total, 63% tinham de 18 a 29 anos. Cada uso pode durar, em média, de 20 a 80 minutos.

“O principal problema do uso de narguilé é desenvolver a dependência da nicotina, uma vez que, no tabaco do narguilé, há maior concentração da substância. Também temos uma grande inalação de CO2 (dióxido de carbono ou gás carbônico) e outros tóxicos, como no tabaco”, alertou o médico da Secretaria de Saúde, Carlos Viegas.

Estabelecimentos vendem o fumo árabe, narguile, agem em desacordo com as leis antifumo, como o uso embaixo de toldos e em ambientes fechados. 18-11-2018. Foto: Rafaella Panceri/Jornal de brasília.

Perigo

De acordo com o Ministério da Saúde, a substância contém nicotina e outros 4.700 ingredientes tóxicos. Após uma sessão de 45 minutos, aumentam a concentração de nicotina e monóxido de carbono no organismo. Com isso, os batimentos cardíacos se aceleram e ainda ocorre uma exposição intensa a metais pesados, altamente tóxicos e de difícil eliminação, como o cádmio.

“A fumaça do narguilé tem as mesmas substâncias tóxicas que a fumaça do cigarro e algumas até em maior concentração. Por isso, seu uso crônico pode desencadear as mesmas doenças que o uso do cigarro”, alertou o médico.

Outra preocupação de Viegas é que muitos usuários de narguilé misturam maconha ao tabaco e, em vez de água, colocam bebida destilada, como vodca. “Dessa maneira, os efeitos podem ser ainda mais devastadores, porque a pessoa estará usando três drogas ao mesmo tempo: nicotina, maconha e álcool”, concluiu.

Auxílio

A Secretaria de Saúde do DF conta com o Programa de Controle do Tabagismo, que segue orientação do Instituto Nacional do Câncer (Inca/MS). A ação promove e potencializa ações educativas, de comunicação, de atenção à saúde, com ações legislativas e econômicas para prevenir a iniciação ao tabagismo, promover sua cessação pelos fumantes e proteger a população dos riscos do tabagismo passivo.

O tratamento é realizado em grupo, com quatro encontros semanais, acompanhado por médico e equipe de saúde. O trabalho é baseado em ações cognitivo-comportamentais e medicamentosas, se necessário. O paciente interessado em parar de fumar deverá ligar e fazer sua inscrição nas unidades mais próximas da sua residência ou trabalho. Saiba mais aqui.

 

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