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Brasília

Farmácias de alto custo ainda sofrem com falta de medicamentos no DF

Arquivo Geral

30/01/2018 18h06

Foto: Matheus Venzi/Jornal de Brasília

Matheus Venzi
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Os pacientes das farmácias de alto custo do Distrito Federal estão tendo que enfrentar, novamente, a falta de remédios. De acordo com a Secretaria de Saúde, há carência de 36 tipos de medicamentos nos estoques. A pasta, no entanto, garantiu que já foi aberto um processo de compra. Até lá, entretanto, os pacientes terão que se virar.

A autônoma Elismara Afonso dos Reis, 37 anos, foi até a Farmácia de Alto Custo da Asa Sul para buscar o medicamento de sua filha de 4 anos, portadora de psoríase. “Já tem quatro meses que a medicação dela está em falta. Até ontem [29], ainda estávamos usando porque tínhamos estoque, mas agora tivemos que pedir para a médica indicar um remédio alternativo que tenha no estoque”, relata.

Foto: Matheus Venzi/Jornal de Brasília

A mulher afirma que já tiveram ocasiões em precisou se desdobrar para comprar o medicamento. “Em outra ocasião em que faltou o remédio, gastamos R$ 800. Precisamos parcelar no cartão para dar conta. Foi um sufoco”, desabafa. Além disso, Elismara também reclama da demora no atendimento. “Já pensou se eu trabalhasse de carteira assinada? Qual chefe iria ficar me liberando toda vez pra eu perder quase o dia todo aqui”, questiona.

O servidor Domingos Neto, 63, fez um transplante de fígado enquanto ainda morava em São Paulo. Atualmente, residindo em Brasília, ele  precisa de um remédio, o Tacrolimo, que combate a rejeição do órgão pelo sistema imunológico. “Eu consigo ficar até três meses sem vir [até a Farmácia de Alto Custo da Asa Sul] porque tenho estoque suficiente. Porém, toda vez que preciso venho é a mesma demora. Eu tenho condição de vir de carro, mas tem gente que tem que fazer literalmente uma viagem pra chegar”, comenta.

Foto: Matheus Venzi/Jornal de Brasília

Domingos já presenciou cenas fortes durante os cinco anos em que ele frequenta a farmácia. “Já vi mãe com criança, idosos, todos desesperados porque não conseguiam medicamentos. Teve até uma vez que pararam de distribuir senha às 9h”, relembra. Assim como Elismara, o servidor também já precisou comprar o medicamento.

A Secretaria de Saúde informou que todos os medicamentos em falta estão com os processos de compra em andamento. “Alguns aguardam a finalização da licitação e outros em processo de entrega”, pontuou. De acordo com a pasta, alguns fatores, como o fracasso da licitação ou o desinteresse de um fornecedor, podem atrasar a compra. Quando isso acontece, o processo precisa ser reiniciado.

Ao todo, as três farmácias de Alto Custo do DF, localizadas na Asa Sul, Ceilândia e Gama, fornecem 200 medicamentos à 39 mil pacientes cadastrados. Cerca de mil pessoas são atendidas diariamente em cada uma das unidades. Para evitar fraudes, a cada três meses os pacientes devem apresentar um laudo padronizado e uma receita médica para renovação do cadastro,  exigência estabelecida pelo Ministério da Saúde, regulamentadora do serviço.

Os usuários são necessariamente portadores de doenças raras, de baixa prevalência, ou de uso crônico prolongado. São fornecidos remédios para doenças diversas como Parkinson, Alzheimer, Esquizofrenia, Hipertensão Pulmonar, Esclerose Múltipla, entre outras.

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