Familiares e amigos de Natália Costa fazem protesto em frente a delegacia

Tácio Lorran
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Aos gritos de “Justiça! Justiça!”, familiares e amigos de Natália Ribeiro dos Santos Costa protestaram em frente à 5ª Delegacia de Polícia (Asa Norte) no início da tarde desta quarta-feira (24). A jovem, encontrada morta no Lago Paranoá, faria 20 anos hoje. Apesar das investigações ainda estarem em curso pela Polícia Civil do DF, os parentes pedem esclarecimentos sobre os fatos já apresentados.

Os laudos divulgados na semana passada afirmam que a estudante morreu afogada e que os ferimentos e escoriações encontrados foram ocasionados porque o corpo foi arrastado pelo lago enquanto estava submerso. Os documentos também apontaram que a jovem havia consumido drogas antes de falecer. Contudo, a defesa de Natália não está satisfeita com as respostas das investigações e pede justiça.

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À frente do grupo estava a mãe de Natália, Edivânia Ribeiro, 47 anos, que pede uma posição precisa da polícia. “Nós queremos mais clareza, porque até agora não tivemos respostas”, afirma. “Eu tô aqui como mãe, não estou perseguindo ninguém, só quero a verdade”, completa.

Ao relembrar as qualidades da filha, Edivânia relata que Natália vai deixar saudades. “Um pedaço de mim foi com minha filha. Eu choro e vou chorar para sempre a falta dela”, lamenta a mãe.

Dona Vânia – como era chamada por Natália – diz que a filha faria 20 anos nesta quarta e que já tinha escolhido o presente da jovem. “Eu iria presentear ela com uma lojinha de lingerie feminina”, relembra. A mãe conta que a estudante de Letras já tinha desenhado algumas roupas para compor a loja.

O grupo chegou na delegacia por volta das 12h30, vestidos com camisetas brancas com a foto de Natália e a frase: “Saudades de quem morreu cedo e o tempo não deixou eu me despedir”. Os manifestantes ainda seguravam faixas e cartazes, além de balões brancos.

Célio Ribeiro, 51 anos, tio de Natália, diz que o sentimento é de insegurança porque a resposta deveria ser dada, mas não foi. “Estamos aqui para que esclareçam esses fatos que até agora não foram descobertos. O que eu e a mãe da Natália queremos é resposta”, pontua.

Segundo Célio, uma das injustiças é que ainda não foi feito e exame toxicológico do suspeito. “A investigação só está em cima da Natália, que faleceu. Para ele (o suspeito), está tudo parado”. O jovem acusado tem 19 anos e é morador da Asa Norte. “Ele mentiu bastante e toda hora ele está mudando a versão dele. Não estou entendendo por que a Justiça não está cobrando isso dele? Era para estar mais esclarecido, já vai fazer um mês”, conclui o tio de Natália.

Carta encontrada

Um ano após receber um presente de aniversário de Natália, Edivânia Ribeiro encontrou uma carta deixada pela filha. A mensagem, escrita
à mão com uma caneta vermelha, foi entregue na celebração do 46º aniversário da mãe, porém, a mulher só teve conhecimento nessa terça-feira (23).

“Estava dentro dessa sacola de sapato”, relata Edivânia apontando para o presente que tinha recebido na época. “Eu tinha tirado a caixinha de chocolate e não vi a carta. Ontem eu vi o papelzinho dobrado e eu olhei a cartinha que ela tinha feito pra mim”, completa com lágrimas nos olhos.