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Brasília

Família e amigos dão adeus a morador assassinado

Morto com uma facada no abdômen, Igor Viana deixou uma filha de 9 anos

Pedro Marra

11/03/2020 6h11

Cerca de 60 pessoas se despediram de Igor Viana, 29 anos, na manhã de ontem no Cemitério Campo da Esperança da Asa Sul. Na capela 9, familiares e amigos prestaram homenagens com palmas e orações. O percurso até o túmulo foi marcado pelo silêncio; o caixão foi coberto com uma bandeira do Flamengo. O jovem foi morto com uma facada no abdômen na madrugada da última segunda (9), próximo a uma passarela na Estrada Parque Núcleo Bandeirante (EPNB), no sentido Riacho Fundo.

“Era um cara supertranquilo”, comentou o amigo Müller Alves, de 30 anos, que o conhece há 16 anos. “Estudamos juntos na 6ª série. Quando recebi a notícia, não conseguia acreditar.”
De acordo com o ex-colega de classe, Igor era uma pessoa cheia de talentos — e uma de suas habilidades era o futebol.
“Vivia jogando bola, ele era muito bom. Chegou a jogar no Brasiliense por um tempo, mas não sei por que a carreira não deslanchou”, disse. “É realmente uma fatalidade isso tudo”, finalizou.

Igor não tinha irmãos e deixa uma filha de 9 anos, que colocou uma rosa branca junto ao caixão do pai. Há um ano, a menina também perdeu o avô, pai de Igor.

Barbearia

Amiga de Igor desde os 8 anos, a enfermeira Viviane Galvão, de 37, conta que ele era dono de uma barbearia na região onde foi assassinado. Ela disse ter visto o rapaz pela última vez no sábado. “Eu o vi na rua pelo centro do Núcleo Bandeirante. Ele tinha tanto para viver. É lamentável”, desabafou.

Viviane também traçou um perfil de Igor. “Ele era um garoto da paz, muito tranquilo e trabalhador. Ele havia acabado de terminar o Ensino Médio. Tinha uma filha linda. Não era envolvido com nada errado — mas muito conhecido no Núcleo Bandeirante. Ele não era muito de sair. Fiquei sabendo que ele estava voltando da casa de uma namorada [perto da hora do crime]. Ele era muito caseiro”, disse.

Na hora do crime, Igor chegou a receber os primeiros socorros pelo Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF), mas não resistiu: ele teve uma parada cardiorrespiratória e morreu no local.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) também atuou na ocorrência e foram utilizadas duas viaturas, 13 militares, além de um helicóptero.

As investigações seguem na 21ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Sul). Até o fechamento desta edição, de acordo com o delegado-chefe da unidade, Luiz Alexandre, a Polícia Civil do DF ainda não havia localizado o suspeito do crime.

Facas

Esta foi a terceira morte por esfaqueamento no Distrito Federal em menos de cinco dias. Só no mês de março, os crimes com arma branca, normalmente facas de cozinha, já vitimaram o professor Hebert Silva, 26 anos — esfaqueado após um assalto em uma parada no P Sul, em Taguatinga —, e Márcio Rocha, 28 — morto com uma facada no peito na plataforma superior da Rodoviária.

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