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Brasília

Família acusa funcionária de unidade das Lojas Americanas de racismo

Uma segurança teria perseguido um jovem e, quando a família perguntou o porquê da perseguição, ela teria debochado da situação. Segundo relatos, postura racista dos funcionários é frequente

Willian Matos

01/07/2020 12h05

Atualizada 02/07/2020 9h21

Uma família acusa uma funcionária da unidade das Lojas Americanas, localizada próximo à Rodoviária do Gama, de cometer racismo contra um jovem. O caso aconteceu na terça-feira (30), por volta de 18h40.

Segundo relato da irmã do rapaz, Bruna Siqueira, uma funcionária começou a perseguir o jovem, chamado Marcus Vinícius. “Ele se sentiu desconfortável. Comentou comigo e com minha mãe que uma segurança estava deixando ele sem graça”, conta Bruna.

A família seguiu para o caixa para pagar as compras e sair do local. A mãe dos dois jovens, então, decidiu se afastar e observar o comportamento da funcionária. “Ela notou que a segurança realmente estava vigiando ele. Aonde ele ia, ela estava atrás”, prossegue a irmã.

Até que a mãe foi ao encontro da funcionária e perguntou o porquê da perseguição. Segundo a jovem, a segurança perguntou à família se o rapaz estava “se entregando”. “A segurança foi para cima da minha mãe. Houve momentos em que chegou a sorrir com tom de deboche”, relata Bruna.

O vídeo abaixo mostra parte da discussão entre a família e um funcionário, que tentava amenizar a situação. “Meu filho não é bandido, não!”, esbraveja uma mulher que ajudava o jovem que sofreu o racismo. “Quando eles viram que eu comecei a gravar, começaram a pedir desculpa. Porém, antes disso, [o gerente e o segurança] estavam rindo”. Veja:

Brunna conta que o irmão ficou abalado com o caso. “Ele ficou muito triste, porque tinha muita gente na loja. Era muito nítido o que a segurança estava fazendo.”

Outros relatos

Após a jovem expor a situação nas redes sociais, outras pessoas aproveitaram para relatar a ela outros casos vividos e/ou presenciados na mesma unidade. As histórias apontam que os funcionários seriam orientados a agir de modo a perseguir clientes negros.

Um funcionário contou que também já foi perseguido. “Uma vez eu cheguei lá, e eles [seguranças] não sabiam que eu trabalhava nas Lojas Americanas. Comecei a pegar coisas para comprar, mas sem cesta. Aí o segurança ficou me encarando e pediu para olhar minha bolsa. Daí, eu falei que deixava ele olhar, se ele chamasse o gerente. Ele chamou o gerente, olharam minha bolsa, e eu disse que eu era da loja. Eles quase infartaram.”

Uma jovem disse que, de tanto ser seguida, teve de desenvolver uma espécie de técnica. “Eu entro na loja com o celular na mão, para ver se eles percebem que eu tenho dinheiro”. Outra internauta conta outro caso. “Já aconteceu com meu marido, perseguiram ele lá dentro. Ele se sentiu tão mal que saiu. Odeio essa loja.”

“Toda vez que entra uma pessoa negra eles fazem isso. Eles já ficaram atrás até do meu marido uma vez, quando ele foi me buscar”, conta outra funcionária.

Ao JBr, Brunna enviou mais relatos. Veja imagens:

Em contato com a reportagem, a Lojas Americanas alegou que “repudia todo e qualquer ato de discriminação e informa que está apurando o ocorrido”. O espaço para novas manifestações está aberto.

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