Willian Matos
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Agentes da 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul) apreenderam, na última quarta-feira (18), uma faca que, segundo a Polícia Civil do DF (PCDF), teria sido utilizada no crime contra a assistente social Pedrolina Silva, 50 anos, abusada sexualmente e morta com um corte de arma branca no pescoço no dia 1º de setembro.
O objeto foi localizado nas proximidades do Centro Universitário Euro-Americano (Unieuro), no Setor de Clubes Esportivos Sul (SCES). A faca foi encontrada quando funcionários que prestam serviço à universidade cortavam o mato no local.
Morte de Pedrolina
Pedrolina Silva, de 50 anos, saiu de casa na manhã de domingo (1) para encontrar algumas amigas em uma parada de ônibus na L4 Sul — a parada da Unieuro. De lá, elas iriam para um clube para passar o dia.
A moradora do Paranoá Parque foi seguida pelo assassino confesso desde que saiu de casa. João Marcos Vassalo da Silva Pereira, 21 anos, disse que seguiu a vítima e pegou o mesmo ônibus que ela. Pedrolina desceu na parada da Unieuro para esperar uma amiga buscá-la de carro. Ela chegou a enviar uma mensagem de voz por volta de 9h a esta amiga dizendo que havia chegado.
João Marcos, então, desceu uma parada depois e foi a pé ao ponto em que Pedrolina estava. Ele abordou a vítima, realizou pequena luta corporal com ela, depois a arrastou, abusou sexualmente e matou em seguida com um corte de arma branca no pescoço, deixando o corpo em um matagal às margens do Lago Paranoá.
Segundo laudo médico, a vítima morreu asfixiada por conta da lesão. Os relatos foram feitos pelo próprio assassino confesso.
Enterro
O enterro da assistente social de 50 anos, que aconteceu no cemitério de Taguatinga, foi marcado por indignação e tristeza.
Os presentes soltaram balões brancos pedindo paz e justiça para as mulheres e enfeitaram o túmulo de Pedrolina com flores. Uma faixa de protesto com os dizeres “parem de nos matar”, em referência aos vários feminicídios que ocorreram no Distrito Federal, também foi levantada durante o sepultamento.
A mãe de Pedrolina, dona Alice, se mostrou abalada. Inconsolável, ela chegou a dizer que “hoje os homens acham que têm direito de matar as mulheres”. Inconformados com o crime e tristes com a perda, alguns familiares chegaram a passar mal. O filho de Pedrolina, Matheus, permaneceu calado e chorando durante todo o sepultamento, e passou mal ao se despedir da mãe.
O irmão mais velho de Pedrolina, Francisco, disse ao Jornal de Brasília que agora que está caindo a ficha sobre a morte da irmã. “Depois de toda a turbulência, o que mais dói é lembrar do estado que ela foi deixada, pior que um animal”, lamentou.