Menu
Brasília

Exclusivo: grande força no combate ao covid-19, IGESDF faz balanço de ações

Em entrevista exclusiva ao Jornal de Brasília, o presidente do IGESDF fala sobre as ações tomadas pelo Instituto para auxíliar no combate ao coronavírus

Lindauro Gomes

17/05/2020 16h36

Foto: Davidyson Damasceno/IGESDF

O atual presidente do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IGESDF), Sergio Costa, faz balanço exclusivo para o Jornal de Brasília e garante que o instituto é uma grande força no combate à Covid-19

1. O senhor acredita que o IGESDF tem cumprido o papel de inovar na administração e gestão da saúde, como foi proposto ao ser criado?
Acredito muito. Todas as ações que desenvolvemos aqui são pautadas nos princípios que nortearam a criação do Instituto. Esse é um compromisso que seguimos à risca. Veja bem, nossos valores constituem parâmetros que direcionam a administração, o funcionamento e os relacionamentos interno e externo. Eles são a base de qualquer decisão ou ação realizada aqui. Por isso, sempre nos pautamos pelo respeito à dignidade humana, excelência, espírito de corpo e integridade.

2. O senhor pode citar onde e quais setores representam essa mudança de forma mais específica?
Todos os setores das nossas unidades transparecem essas ações. Os cuidados podem ser vistos desde o atendimento aos pacientes e seus familiares, até nossos colaboradores. Os mais graduados, e aqueles ainda em processo de formação. Não medimos esforços para ampliar o conhecimento. Além disso, nossas unidades também passam por um processo contínuo de aquisição de equipamentos e mobiliários. Outro dia mesmo iniciamos, no Hospital de Base a instalação do PET-CT que faz exames de imagem de alta definição. É único na rede pública de saúde do DF. Havia sido comprado em 2013, por um milhão de dólares, e nunca tinha sido desempacotado. Então, essas são ações que temos desenvolvido constantemente a fim de corroborar com aquilo que defendemos desde a criação do IGESDF.

3. Administrar qualquer unidade de saúde é um desafio. Como é fazer isso nesses tempos de pandemia?
De fato enfrentamos desafios diários. Mas, tudo é feito com muito estudo, pesquisa e planejamento. Tentamos não ser pegos de surpresa em nada. Estamos atentos, antecipamos cenários, e nossas equipes têm sido muito dedicadas. Até agora está tudo sob controle. Um controle vigiado, claro, 24 horas por dia.

4. O IGESDF administra 8 unidades de saúde. É possível dar a mesma atenção para todas elas, embora apresentem características diferentes?
Todas as unidades recebem a mesma qualidade administrativa. Mas, as demandas são diferentes entre elas, claramente, pois têm estruturas físicas e de prestação de serviço distintas. Por exemplo, alocamos dois mil computadores e eles foram distribuídos em todas as unidades, porque havia essa demanda. Porém, as divisões das quantidades para as entregas dos insumos e equipamentos e contratação de força de trabalho é adequada ao tamanho do serviço e a necessidade apresentada pelo planejamento previamente feito.

5. A Covid 19 atrapalhou os investimentos programados pelo IGESDF para 2020? Como o instituto se reestruturou para esse momento?
Não diria que atrapalhou. Nos obrigou a redimensionar as nossas ações. Investimos de maneira diferente, mas nenhum investimento em saúde é perdido. Todos os equipamentos são necessários agora e depois da pandemia. A grande diferença se deu na contratação de recursos humanos, otimização no uso de nossos leitos, organização de fluxos para se evitar cruzamento de contágios, e também, na atenção redobrada para cumprir as normas que a pandemia exige. Desde o cuidado no uso dos equipamentos de proteção individual, até mudanças de atitude e de procedimentos. Redobramos os cuidados com a limpeza, treinamos e capacitamos nossos colaboradores. Fora isso, distribuímos o máximo de informações entre todos. A informação nesse momento é nossa primeira aliada.

Sergio Costa, presidente do IGESDF. Foto: Davidyson Damasceno/IGESDF

6. O que o senhor considera o maior desafio para o IGESDF nesse momento?
São muitos. Mas o grande desafio é não deixar os nossos pacientes desassistidos, em nenhuma circunstância. O desafio é atender a demanda da pandemia da Covid-19, e continuar com a excelência dos nossos atendimentos. É manter a confiança da população nos nossos serviços. E é para isso que trabalhamos diariamente.

7. A valorização dos colaboradores está na proposta do IGESDF. Está sendo cumprida? De que forma?
Todos os nossos colaboradores atendem aos princípios de conhecimento e competência técnica. Mas ainda assim, reforçamos os cursos de capacitação, disponibilizamos duas plataformas de conteúdo científico reconhecidas internacionalmente. Além disso, em momentos de crise como vivemos agora, não deixamos de dar o suporte emocional e psicológico aos nossos colaboradores, que também podem contar conosco para que sua saúde física e mental seja assegurada.

8. O IGESDF tem uma convivência intrínseca com a Secretaria de Saúde do DF. Como é lidar com essa parceria?
Quando o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha decidiu pela criação do Instituto, entendeu que seria a alternativa mais eficiente para atender as grandes demandas estruturantes do sistema público de saúde do Distrito Federal, especialmente na atenção secundária e terciária, ou seja, nos hospitais e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), que estavam completamente devastados. E, de fato, hoje vemos que graças ao esforço intenso do governo, nessa tríade com o Secretário de Saúde, Francisco Araújo e o IGESDF, o sistema de saúde caminha para funcionar da maneira que a população do DF precisa e merece. Então, como você disse, vivemos com o GDF e a Secretaria uma parceria. Uma parceria produtiva, respeitosa, e de muita confiança. Todas as questões pertinentes à prestação de serviço realizada pelo IGESDF são discutidas com clareza, objetividade e transparência com seus pares. Porque tanto a SES quanto o IGESDF trabalham para gerar bons resultados à população do Distrito Federal e o atendimento de qualidade na área da saúde pública estará sempre em primeiro lugar para nós.

9. Qual o impacto da atuação do IGESDF na saúde do Distrito Federal?
O IGESDF foi concebido, basicamente, para dar suporte ao serviço que a Secretaria de Estado de Saúde vinha prestando. Portanto, acredito que nossa atuação hoje, tenha um impacto bastante positivo naquilo que o Governo do Distrito Federal quer para a saúde de sua população. O IGESDF como Serviço Social Autônomo possui Regulamento de Seleção de Pessoal e de Compras próprio e isso auxilia na celeridade dos processos na hora de compras e contratações. Essa celeridade é o que tem auxiliado a SES ao longo do tempo e permitido que muitos serviços sejam prestados com ainda mais eficiência. O que vai ao encontro das necessidades de nossa comunidade.

10. A pandemia mudou o cenário da saúde no mundo, no Brasil e, portanto, no DF também. Existem demandas de todas as ordens e pressão grande da imprensa por informações. Como o senhor lida com esses assuntos?
As demandas vão sendo atendidas por prioridade. E nossa prioridade é o paciente. Nele está nosso objetivo, nosso foco, nossa atenção. Já a demanda da imprensa por informações, embora tenha aumentado muito por causa da Covid-19, como vocês mesmos sabem, optamos sempre pela mais absoluta transparência. Não escondemos informações. Tudo o que nos é solicitado é atendido. Prestamos esclarecimentos e prestamos conta das nossas ações. Agimos assim, não porque eu decido, mas sim, porque esse é um princípio que rege o IGESDF.

11- Além do enfrentamento à covid-19, o IGESDF tem atuado de forma bastante expressiva no combate à dengue. Que ações podemos citar?
Como você falou, o IGESDF, de fato, está envolvido no enfrentamento e combate à dengue há um bom tempo já. E pensamos que, como ator social, o instituto deve cumprir seu papel junto a nossa população não apenas no tratamento de problemas de saúde quando as pessoas chegam até nós, mas sim, de forma pró ativa se colocando na prevenção das doenças. Por isso, nossas ações têm sido diretas. Já lançamos uma cartilha com orientações sobre como prevenir a dengue que foi doada para a Secretaria de Educação distribuir para os alunos de ensino fundamental da rede pública de ensino, e montamos tendas para atender especificamente casos suspeitos de dengue. Sendo que as estruturas especiais contam com 10 leitos de hidratação venosa, testes clínico, rápido e laboratorial e estão funcionando ao lado do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) e de cinco das seis Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), funcionando de 7h às 19h, diariamente. Este ano já atendemos 16.624 pacientes e 7.566 testaram positivo, recebendo tratamento imediato.
Fora isso, ainda podemos citar o auxílio que demos para a Secretaria de Saúde na contratação de 600 agentes. Com o processo seletivo todo conduzido pelo IGESDF, foi possível reforçar os recursos humanos para o combate à dengue no Distrito Federal.

12- Falando em recursos humanos, qual o universo de contratações feitas pelo instituto até o momento?
O IGESDF tem se posicionado de forma bastante assertiva quando se trata de investimentos para uma prestação de serviços de excelência para a população. E, sabemos que, para prestar esse serviço, é preciso ter profissionais qualificados na ponta. Por isso, desde a criação do instituto, realizamos a contratação de 6952 colaboradores. Esse número reflete duas coisas importantes: auxiliamos na geração de emprego e renda no Distrito Federal, e, qualificamos os atendimentos em todas as nossas unidades. Além disso, cabe salientar que, com o novo cenário da pandemia, o IGESDF também tratou de atuar com ações específicas também no quesito força de trabalho. De modo que, atualmente, 371 pessoas estão contratadas temporariamente para atendimentos relacionados à covid-19. Entre eles temos médicos, técnicos em enfermagem, enfermeiros, psicólogos, estatísticos, administradores e assistentes administrativos que atuam em nossas unidades e que também estão dando suporte para a Secretaria de Saúde, estando lotados no Hospital Regional da Asa Norte (Hran). Como mencionei, esses são contratos temporários e devem ir até agosto e setembro desse ano, no entanto, estamos preparados para sua prorrogação caso o cenário exija.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado