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Brasília

Evento reúne 1,5 mil jogadores do Pokémon Go no Parque da Cidade

Arquivo Geral

07/08/2016 20h38

Atualizada 08/08/2016 7h22

Myke Sena

João Paulo Mariano
Especial para o Jornal de Brasilia

Com os celulares em mãos, conexão com a internet e o GPS ligado, os brasilienses se prepararam no domingo para se tornar mestres pokémons. Um dos mais conhecidos desenhos dos anos 1990 – de origem japonesa – voltou com toda a força desde o lançamento do novo jogo, o Pokémon Go. No Brasil, ele começou a funcionar oficialmente na quarta-feira passada, e, só nas primeiras 24 horas, houve cerca de 50 milhões de downloads.

Hoje, um evento organizado por meio do Facebook atraiu 1,5 mil pessoas ao Ana Lídia, no Parque da Cidade. E quem pensa que só havia adolescentes está errado: tinha gente de todas as idades. Inclusive o jornalista Antônio Brum, 50, que, quando viu um monte de gente reunida para pegar os monstrinhos, não resistiu e se juntou à turma.

Como mestre, Antônio é da equipe amarela, Instict, e está em busca de pegar o pokémon preferido, o Pikachu. Ele não era fã do desenho, até já tinha assistido, mas agora está tão ligado no joguinho que confessa ter passado por apuros: “Quase tropecei um dia porque estava com o celular na mão”. Depois disso, resolveu prestar mais atenção.

João Henrique Monteiro, por sua vez, é da equipe vermelha, Valor. Ele organizou o evento para prestigiar o jogo que gosta desde criança. Para João, o sucesso ocorreu porque Pokémon passou por várias gerações. O organizador escolheu o Parque Ana Lídia por ser um local central, acessível e com muitas PokeStops (locais onde se pode pegar mais pokebolas, que são os objetos utilizados para capturar os animais).

Tanto no desenho dos anos 1990 quanto no jogo, os mestres devem encontrar os pokémons, participar de times, batalhar contra os oponentes nos ginásios e fazer a evolução deles – levá-los a um outro nível e torná-los mais fortes. Atualmente, são três equipes: a Instict, a Mystic (azul) e a Valor.

“A interatividade é a pegada do jogo. Tem que sair de casa. Não tem mais desculpa para ficar só no videogame”, diz Monteiro. Ele lembra que há histórias de crianças com um grau de autismo grave e que, por causa do jogo, resolveram sair de casa para ir à caça.

Mundo real e virtual misturados

A interatividade do jogo ocorre de duas formas. A primeira se dá entre o universo virtual e real: locais reais se transformam em ginásios de treino ou batalha (onde ocorrem as disputas para ver qual treinador tem os animais mais fortes) ou em PokeStops. O app ainda possibilita o encontro de um pokémon em cima da cama, no parque, no trabalho etc. Assim que você o encontra, a câmera é acionada e ele é visto no ambiente onde a pessoa está.

A segunda forma de interação é entre os jogadores, já que eles lutam entre si e auxiliam a aumentar o número de monstrinhos pegos. Foi o que aconteceu com os amigos Robson, Isadora, Roger e Gisela. “Eu acompanhei o desenho inteiro duas vezes. Tinha fitas e até game boy”, relata Roger Troncoso, 22, do time Mystic.

Para Isadora Wertheimer, 24, da equipe amarela, o jogo ficou sensacional e as pessoas conseguem vencer uma barreira de ficar jogando videogame em casa. Gisela Diniz, 24, estava com uma bateria externa conectada ao aparelho para não haver a possibilidade de ficar sem jogar. O consumo é grande devido ao uso da internet e do GPS.

Em família

“Esse jogo foi a melhor coisa. O meu filho não saía de casa direito há cerca de dois anos porque queria ficar jogando Minecraft”, relata Antônio Carlos Nunes, pai dos mestres pokémons Gustavo Lima, 13, e Geovana Lima, 9. Gustavo pondera que não jogava Minecraft nos últimos tempos, mas admite que ficava muito em casa e o Pokémon Go o fez sair à caça.

A mãe das crianças, Danúbia Ferreira, até tentou disfarçar o interesse no jogo, mas o marido logo denuncia que ela é a primeira a pegar o celular da filha e atirar as pokebolas. Geovana, aliás, é rápida: ela vê o pokémon e logo o captura. Por isso mesmo, nem deu tanta atenção à entrevista.

O pai alerta que é importante ter cuidado com os filhos. Ele só permite que eles brinquem sem supervisão em casa ou dentro do condomínio.

Recomendações da PM

A Polícia Militar do DF fez uma cartilha abordando os cuidados que as pessoas precisam ter

  1. Não exponha seu celular em locais públicos ou ermos. Você pode se tornar vítima de roubos.
  2. Não utilize o aparelho celular enquanto dirige. Além de ser infração de trânsito, pode causar sérios acidentes.
  3. Não invada propriedade privada em busca de pokémons, não cometa crimes. Sua liberdade é muito importante.
  4. Não ande em locais ermos procurando pokémons. Sua vida é muito valiosa.
  5. Não faça coisas que naturalmente você não faria por correr riscos, como pular muro ou entrar na agua sem saber nadar.
  6. Não ande desatento. Preste atenção onde pisa, olhe para os lados e para a frente a todo tempo. Minimize os riscos e priorize sua integridade física.
  7. Não deixe crianças jogarem sozinhas por aí. As ruas podem ser muito perigosas para elas.
    Jogo virtual, perigo real!

Serviço

Dicas aos jogadores

  • Os pokémons aparecem em maior quantidade onde há PokeStops.
  • É mais fácil pokémons aparecerem quando há muita gente em um mesmo espaço, em especial onde há Poke Lures (locais onde a captura é mais rápida).
  • A utilização do Incenso – uma espécie de perfume que atrai os animais – é mais eficaz quando se está em movimento que parado.
  • Quando se ganha um ginásio, a permanência do pokémon por pelo menos 24 horas ali pode trazer mais pontuação.

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