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Brasília

Evento em Brasília convoca jovens a bolar ideias para acabar com a fome

Arquivo Geral

19/12/2018 7h00

A brasiliense Letícia Marques foi um dos cinco brasileiros que marcaram presença na última edição, na Bélgica. Foto: Rayra Paiva Franco/Jornal de Brasília

Lígia Vieira
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Você já pensou em uma maneira de acabar com a fome no mundo? Este é o objetivo do evento mundial Youth Ag Summit (YAS), uma parceria da empresa farmacêutica Bayer com a Organização das Nações Unidades (ONU), que terá a 4ª edição realizada em Brasília no próximo ano. As inscrições estão abertas e estudantes de todas as áreas que tiveram de 18 a 25 anos de idade podem participar da seleção. Basta enviar um vídeo pelo site do evento até 10 de janeiro de 2019, contando uma ideia que você tem para acabar com esse problema, em inglês.

Serão três dias – 4 a 6 de novembro de 2019 – de fórum com os 100 jovens selecionados das mais diversas nacionalidades. Todos os custos da viagem serão pagos pelos patrocinadores do YAS. Além de palestras para conhecer como é a agricultura no País e como produzir de forma sustentável, os participantes serão divididos em grupos para criar um projeto, que será avaliado por uma banca. Os melhores receberão auxílios para poderem ser desenvolvidos.

Tudo o que for discutido nos dias de evento tem como orientação os 17 objetivos da Agenda 2030, desenvolvida pela ONU, para transformar o mundo em um ambiente mais sustentável. “Estima-se que serão 10 bilhões de habitantes no mundo em 2050 e 10% já vivem em pobreza absoluta. Será que em um ambiente sócio-geopolítico como esse que vivemos teremos condições para alimentar mais três bilhões de pessoas?”, reflete Dirceu Ferreira Junior, diretor do Centro de Expertise em Agricultura Tropical da Bayer.

Experiência que muda vidas

O Youth Ag Summit acontece a cada dois anos e, em 2017, foi realizado em Bruxelas, na Bélgica. Na última edição, a brasiliense Letícia Marques, 22 anos, biotecnologista, foi um dos cinco brasileiros que marcaram presença na capital belga. Na época, ela era estudante de biotecnologia na Universidade de Brasília e nem sabia que no futuro atuaria com projetos de segurança e reaproveitamento alimentar.

“A YAS foi muito importante para ampliar meus horizontes dentro da Biotecnologia e para entender um pouco melhor das outras opções e oportunidades que eu podia ter dentro desse mercado de alimento e agricultura. Foi muito importante também, porque a realidade do mercado de trabalho da Biotecnologia no Brasil é muito difícil. Então, se eu não tivesse participado da YAS, eu não teria as oportunidades que tenho hoje”, recorda ela.

A jovem trabalha atualmente no Sesi Brasília e desenvolve dois projetos. Um deles, que está sendo implementado, é a realização do que escreveu na redação para ser aceita no YAS. O outro dá oportunidades, por meio da agricultura, para crianças e adolescentes que sofreram abuso sexual.

A ideia proposta por Letícia é transformar aquilo que a gente joga fora, como cascas, talos, sementes e bagaços em um pó. Nele há uma grande quantidade de nutrientes mais fáceis de serem absorvidos pelo intestino. Isso diminuiria o desperdício e ajudaria na alimentação saudável das pessoas.

Ainda sobre o evento, ela relembra que não precisa ser da Biotecnologia ou Agronomia para participar. “Foi um momento de muito aprendizado, de imersão e de trabalho em equipe com gente muito diferente. Para as pessoas de qualquer formação é válido tentar, porque os organizadores estão justamente buscando pessoas com background diversificado. O importante é você apresentar suas ideias para alimentar um planeta faminto”.

A escolha do Brasil e da capital

Enquanto os participantes ainda estavam em Bruxelas na edição do ano passado, os organizadores contaram que o próximo destino era o Brasil. “Houve uma série de discussões sobre a localização. Foi pensado que deveria ser uma região que propiciasse não só uma facilidade de deslocamento, mas que tivesse fácil acesso às áreas agricultáveis que temos no Brasil. E essa região e o entorno de Brasília é muito representativa. A gente tem um plantio considerável de grãos, sem contar lavouras e pecuária”, explica Dirceu Ferreira Junior, da empresa Bayer.

Estímulo

Além disso, o Youth Ag Summit (YAS) é uma forma de incentivar os estudantes a se interessarem e desenvolverem uma agricultura mais saudável para o planeta. “A gente percebe uma tendência muito grande, não só no Brasil, de que os jovens sejam cada vez mais associados aos temas digitais. O nosso interesse em trazer esse tema é também despertar na juventude um interesse pelo agronegócio e mostrar para ela que isso é um potencial de carreira fora dos grandes centros”, afirma o diretor da multinacional no Brasil.

Saiba Mais

Os organizadores veem que convidar 100 jovens para participar desse evento é uma forma de pôr em prática e incentivá-los a pensar sobre agricultura sustentável e o futuro do mundo. “A dica que eu dou é que pensem em projetos que poderiam ser colocados de pé na sua comunidade”, afirma Dirceu Ferreira Junior, da Bayer.

 

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