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Brasília

“Eu pensei que não fosse acontecer”, diz Ibaneis sobre projeto de novo Bairro

Ibaneis falou também que se não fosse a participação do exército, o local abrigaria “a maior favela a céu aberto da América Latina”

Redação Jornal de Brasília

12/08/2020 16h11

Nesta quarta-feira (12), o governador Ibaneis Rocha entregou ao Exército a proposta para criação de um novo bairro no Distrito Federal. De acordo com o projeto, feito pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh), em parceria com os militares e com a Secretaria de Patrimônio da União (SPU), o espaço deve contar com 63 mil moradores em 21 mil imóveis devem compor o local e estará localizado onde hoje é o Pátio Ferroviário de Brasília, nas proximidades da antiga Rodoferroviária.

A cerimônia de entrega ocorreu no Salão de Honra do comandante do Exército Leal Pujol. No evento, o governador destacou a importância da criação do bairro para os moradores do Distrito Federal. “Hoje é um dia bastante importante pro DF, porque vi essa região ser aos poucos invadida”.

Ibaneis falou também que se não fosse a participação do exército, o local abrigaria “a maior favela a céu aberto da América Latina”.

O governador comemorou a velocidade para entregar o projeto. “Foi menos de um ano para preparar o projeto”, lembra. “A previsão é de que no próximo ano já ocorram as vendas de imóveis. Dessa forma, evitaremos invasões e haverá mais desenvolvimento econômico para a cidade”, ressaltou.

Ibaneis disse que quando foi apresentado ao projeto não achou que ele aconteceria “Eu pensei que não fosse acontecer, é um projeto muito arrojado para se fazer em 4 anos”.

O bairro é uma parceria do Governo do Distrito Federal (GDF) e do Exército Brasileiro.

“Nós esperamos que o Exército dê sequência ao projeto”, completou Ibaneis após a cerimônia.

Projeto

A proposta obedece aos parâmetros previstos na Lei Complementar de Uso e Ocupação do Solo do DF (Luos) e o Plano Diretor de Ordenamento Territorial (Pdot). O documento estabelece diretrizes urbanística do novo bairro, como quais áreas e altura máxima que as construções poderão ter, assim como a delimitação do uso.

Segundo o plano, a ideia é valorizar os espaços públicos que devem ser amplos e arborizados, além do investimentos em mobilidade, como construção vias, calçadas e ciclovia. Haverá uma área destinada ao comércio e setores de saúde e educação.

Também será feita a integração com o sistema de transporte público, como ônibus, Veículos Leve sobre Trilhos (VLT) e trem para a conexão de outras áreas – DF-010, Eixo Monumental e os setores de Armazenagem e Abastecimento Norte (SAAN), de Indústria e Abastecimento (SIA) e Complementar de Indústria e Abastecimento (SCIA).

O chefe do departamento de Engenharia e Construção do Exército, general Cláudio Moura, agradeceu ao governador Ibaneis Rocha pelo apoio no projeto e a Seduh pela participação na proposta. “O objetivo é construir um bairro com conceitos inovadores de sustentabilidade e de cidades inteligentes. O urbanismo e a arquitetura serão referência para o país”, salienta.

Um dos desafios do plano está relacionado a atividade de operação de carga e descarga de minério, que ainda eram executadas no ramal ferroviária. “Esse tipo de operação é considerada poluidora, o que pode causar degradação ambiental. Seria incompatível com uma área residencial”, reforça o general Moura.

Próximos passos

A secretária Executiva da Seduh, Giselle Moll, explica que o plano é uma diretriz de como deverá ser o novo bairro residencial. “Agora, cabe ao Exército, que é proprietário do terreno, dar continuidade aos estudos”, informa. Ainda será feita uma reunião com a Companhia do Metropolitana do DF (Metrô) para fechar a proposta da área para o terminal e com a Secretaria de Transporte para definir o local necessário para linha de trem de passageiros.

Também haverá uma proposta ao Grupo Técnico Executivo a pedido do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), entre outros encontros, com demais órgãos, para finalizar o projeto.

Oficialização

Desde 2006, a área pertence ao Exército, que atua em constante patrulhamento patrimonial para manutenção e conservação das terras. Com a assinatura do novo Termo de Entrega e Recebimento (TER) em maio deste ano, os militares passam, formalmente, a cuidar e trabalhar pela destinação do espaço. Um planejamento estratégico também foi apresentado pelos militares à União, demonstrando a intenção de promover o desenvolvimento da área.

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