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Brasília

Estudo revela problemas de saúde dos catadores de lixo

Arquivo Geral

26/04/2018 21h14

Atualizada 01/05/2018 21h18

Myke Sena/Jornal de Brasília

Ana Clara Arantes
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A saúde de mais de mil catadores de recicláveis está sendo avaliada por profissionais da Universidade de Brasília e da Secretaria de Saúde. Análise preliminar indicou resultados “fora dos limites normais” nos exames de rins (54%), exames de fígado (5 a 9%), glicose (31%) e ácido úrico (24%). Testes de hepatite e outras doenças sexualmente transmissíveis também estão incluídos, mas ainda sem conclusão.

O monitoramento vai investigar se os resultados têm relação com a rotina e condições destes profissionais. O estudo epidemiológico é resultado de acordo de cooperação técnica entre a Secretaria de Saúde (SES), a Universidade de Brasília (UnB) e a Escola Superior de Ciências da Saúde (Escs).A intenção é viabilizar a realização de análises mais detalhadas das condições clínicas desses trabalhadores.

O monitoramento é um dos projetos em torno da desativação do Lixão da Estrutural, que ocorreu em janeiro deste ano. Os resultados são preliminares, necessitando de estudos que identifiquem as causas dos problemas encontrados.

De acordo com a pesquisa, é imprescindível que as pessoas que apresentaram exames com alterações relevantes sejam acompanhadas pelas equipes de saúde da sua rede de referência. Além disso, novos estudos deverão ser incorporados de forma a garantir a avaliação das intervenções.

A intenção do governo é demonstrar que a transferência desses trabalhadores do Lixão para galpões de triagem melhorará a qualidade de vida e a saúde deles. “A Estrutural já é uma região com prioridade por ter uma alta vulnerabilidade, e nós colocamos 12 equipes para trabalhar lá. O trabalho continua com a Saúde da Família. É constante”, pondera o secretário de Saúde, Humberto Fonseca.

O secretário de Saúde, Humberto Fonseca, assina o termo de cooperação técnica com a Universidade de Brasília. Foto: Toninho Tavares/Agência Brasília

Mesac Vidal da Silva, 44, é catador há 17 anos e se mostra satisfeito com o trabalho. “Faço parte de uma cooperativa composta por 53 catadores. Desse número, por volta de quatro não quiseram ir para os galpões. Todos que foram disseram ter sido bem atendidos”, considera.

Segundo Mesac, com essa parceria ele espera que a situação dos trabalhadores melhore. “Espero que isso de fato vá para frente, porque será muito bom para os catadores”, completa.

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