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Brasília

Estudo da Codeplan indica que para o futuro GDF deve rever as prioridades

Arquivo Geral

15/11/2018 7h00

Foto: Rayra Paiva Franco/Jornal de Brasília

Raphaella Sconetto
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Você imagina como o Distrito Federal será daqui a sete anos? Saúde, educação, mobilidade, habitação e a própria economia. Essas são algumas das preocupações que futuros governantes devem ter ao definir seus planos de governo. Antecipando-se a possíveis problemas, a Companhia de Planejamento do DF (DF) publicou um estudo que apresenta as projeções da capital até 2025 e que poderá servir de base aos governadores.

Lucio Rennó, presidente da companhia, afirma que o trabalho foi motivado por uma preocupação com o futuro da cidade. “É a preocupação com a adequação de políticas públicas, a intervenção estatal na cidade, levando em consideração os cenários futuros e o que eles nos reservam”, aponta.

Atualmente, a capital tem população estimada em 2,9 milhões. Para 2020, serão 3,05 milhões – com uma taxa de crescimento de 1,349% ao ano, enquanto para 2025 são projetados 3,24 milhões de habitantes – 1,2% de crescimento. Durante esses anos, a pirâmide etária mudará e a população ficará cada vez mais idosa. Em 2015 eram 35 idosos para cada 100 crianças e jovens. Em 2020 a proporção será de 57,5%, e em 2025 75,2%.

Diante desse cenário, vêm a preocupação com a saúde. O governo precisará pensar em ampliar a atenção primária, número de profissionais e capacidade de leitos hospitalares. A expectativa da Codeplan é de que em 2025 a capital tenha 598 equipes da saúde da família e 299 equipes de saúde bucal, além da criação de pelo menos 444 leitos clínicos e 189 leitos cirúrgicos, sendo que ambos atenderão, principalmente, os idosos. Ao todo, em 2025, a projeção será de 4.673 leitos hospitalares nas redes pública e privada.

Educação

Apesar da crescimento gradual a população idosa, os futuros governantes precisarão se preocupar com as creches para crianças até 3 anos. Atualmente, apenas 17,1% dessa faixa etária está matriculada na rede de ensino pública ou privada. A meta é ampliar essa cobertura para 60%. A pesquisadora da Codeplan Júlia Modesto aponta que será necessário abrir 70.586 vagas até 2024. Por outro lado, ela acrescenta que o ensino médio precisa de 43.958 vagas para atender adolescentes de 15 a 17 anos.

Habitação

As estimativas das necessidades habitacionais para o DF foram calculadas com base no Déficit Habitacional Urbano. Os componentes levam em conta habitações precárias, famílias que dividem uma única residência (coabitação), aquelas que gastam 30% do salário com aluguel, e domicílios com mais de três pessoas morando juntas. Segundo Sérgio Jatobá, técnico da companhia que estuda o assunto, o fator que mais pesa são as coabitações e famílias em ônus excessivo do aluguel.

“Hoje temos um déficit habitacional de 13,6% do total de domicílios, ou 117 mil. Se levarmos em consideração as projeções populacionais e o número médio de moradores por domicílio, teremos um déficit entre 125.990 em 2020, e 133.839 em 2025. Mas, se considerarmos um cenário de redução linear do número médio de moradores, o déficit pode chegar a 151.276 em 2025”, explica Jatobá.

O pesquisador detalha que esse déficit concentra-se nas regiões de baixa renda. “A simples construção de habitações não vai resolver. Uma das razões é que a população está concentrada no aluguel. O ideal seria o investimento de políticas alternativas, como a locação social. No Brasil há poucas experiências nesse sentido”, critica.


ECONOMIA DEPENDERÁ DE REFORMAS FISCAIS

Delimitar as projeções para o cenário econômico no DF até 2025 foi um tanto complexo. De acordo com João Renato Lerípio, técnico da companhia em economia, a capital seguirá as estimativas nacionais. No entanto, ambas dependem da reforma fiscal.

A atividade econômica estará em processo de recuperação mais lento do que o esperado. O Produto Interno Bruto (PIB) do DF ficará um pouco acima do Brasil: enquanto o nacional manterá média de 2,5% ao ano até 2022, em Brasília será de 3,33%. O mesmo acontecerá com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) que ficará, em média, 4% a nível nacional, e no DF 3,63 em 2022.

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