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Brasília

“Estou confiante”, diz prefeito eleito de Pirenópolis, inelegível até 2026

Derrotado, Ennio Bastos (PSB) fala em “vergonha para a democracia”; amanhã, TRE julga recurso e define se haverá ou não outro pleito na cidade

Olavo David Neto

15/11/2020 20h32

As eleições em Pirenópolis só serão decididas no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Goiás. Vencedor do pleito com cerca de 60% dos votos, Nivaldo Melo (PP) está inelegível de 2018 a 2024 por “irregularidade insanável” na prestação de contas de um parceria com o Ministério do Turismo para realização do Festival Literário da cidade. Ainda assim, o progressista disputou a Eleição municipal graças a uma liminar do Tribunal de Contas da União (TCU), que se mostrou contrário ao acórdão costurado pela 28º região da Corte goiana.

O recurso que tramita no TRE definirá o futuro da cidade. Isto porque, caso reconhecida a argumentação da defesa de Melo, o ex-prefeito (2008-2016) assume normalmente a Prefeitura de Pirenópolis. Caso contrário, assume o vereador mais votado no pleito – até o momento, Mozarto (MDB) – e são convocadas novas eleições para a cidade. Neste cenário, os partidos devem ou confirmar ou substituir os candidatos ao cargo no Executivo.

Ao Jornal de Brasília, Melo se mostrou cauteloso, mas alegou confiança no resultado do julgamento. “Eu preferiria conversar quando essa questão estiver sanada. O julgamento do povo já me absolveu”, afirma o prefeito eleito da cidade. “Não houve dolo no caso em questão, e já conseguimos reverter a decisão do TCU. Foi só uma questão técnica”, pontua. O julgamento do recurso deve ocorrer amanhã (16).

Até lá, Melo afirma que se preocupa em fazer Pirenópolis “boa para os moradores”. “A gente primeira arruma a casa, depois convidamos pessoas de fora”, vaticina. Sobre as denúncias de que agiu para atrapalhar o andamento do pleito, com ameaças, compra de votos e propagando eleitoral irregular, Nivaldo diz-se inocente. “Eu não tinha conhecimento disso, estou sabendo agora, por você. Eu acho que não merece resposta”, rebate, afirmando ser evangélico e “ter deus como guia”.

“Inacreditável”

Candidato pelo PSB, Ennio Bastos já declarou que não participará de um novo pleito. “Eu não iria novamente. O PSB deve lançar o João Bosco [vice na chapa de Ennio], resta saber se ele aceita”, declara o pessebista. Ao JBr. Bastos se mostrou inconformado com a eleição de Nivaldo. “É vergonhoso para a democracia brasileira que um condenado, com trânsito em julgado, consigo pôr voto na urna e militarize toda uma gama de bandidos eleitorais”, ataca. “Eu cobro: cadê as nossas instituições? A pior ditadura é a do Judiciário”, avança o socialista.

Advogado da sigla na cidade, Robson Santos é mais ponderado. “A inexigibilidade existe, é discutida nesse processo eleitoral. Ele teve uma votação expressiva. Se o recurso for provido, ele seria declarado eleito; se não, anula-se a eleição por terem mais de 50% dos votos. Como os demais não tiveram mais de metade dos votos, assume o vereador mais bem votado”, atenta o jurista.

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