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Brasília

Entrevista Dep. Paula Belmonte

Representante do DF ganhou notoriedade nacional após sua atuação na vice-presidência da CPI do BNDES que apontou possíveis irregularidades durante a gestão petista

Lucas Valença

28/04/2020 11h54

As decisões tomadas pelo Governo do Distrito Federal com relação ao novo coronavírus; a polêmica saída do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, do governo federal; e a liberação de recursos da bancada federal à capital são alguns dos temas tratados na entrevista concedida pela deputada federal Paula Belmonte (Cidadania) ao Jornal de Brasília. A representante do DF, de primeiro mandato, ganhou notoriedade nacional após sua atuação na vice-presidência da CPI do BNDES que apontou possíveis irregularidades no banco durante a gestão petista.
Confira a entrevista completa em vídeo.

É uma situação em que o mundo todo foi pego de surpresa e estamos tendo de nos adaptar a uma realidade da qual a gente ainda não conhece, nós estamos aqui aprendendo juntos. E mais especificamente falando do Brasil, nós temos de entender um pouco da nossas diferenças, tanto regionais, quanto econômicas, entre outros aspectos. Mas quando olhamos os números e a curva de crescimento (da doença), nós percebemos que não estamos no padrão europeu, o que é muito importante.

Se tinha uma previsão, no primeiro momento, de que em abril teríamos o ápice do Covid-19, mas acabou sendo colocado um pouco mais à frente. Então nós temos dois aspectos que são importantes e que foram muito debatidos, que é a saúde e a economia. São dois aspectos que tiveram uma briga muito grande e que na verdade nós não podemos deixar de enchergar que um depende do outro.

Então quando o governo do Distrito Federal se antecipou e instalou a quarentena social na capital, eu vejo que foi uma atitude acertada do próprio governador, pois o nosso sistema de saúde já estava uma calamidade. Eu não fui em nenhum hospital que não víamos pessoas no meio do corredor. Então quando o governador tomou essa atitude vejo que ele tomou de forma consciente levando em consideração a saúde do DF. É preciso ressaltar que se tivéssemos, num primeiro momento, um aumento de pessoas (nos hospitais), já não estamos atendendo normalmente, como que vamos atender a demanda extra?

A bancada federal disponibilizou recursos de emendas parlamentares para o governo local. A bancada tem acompanhado a execução desses valores?

A bancada se reuniu logo no começo atendendo a um pedido do governador Ibaneis Rocha (MDB) e nós fizemos um remanejamento de praticamente de R$ 150 milhões. E na realidade esse dinheiro é do povo de Brasília. Naquele momento era proposto que disponibilizássemos esses recursos para a compra de respiradores, dar um respaldo muito grande aos profissionais que estão atuando no combate à essa doença, entre outras medidas.

Agora, foi colocado ao líder da bancada federal (senador Izalci Lucas) que a gente fizesse uma comissão para que pudéssemos acompanhar esses recursos. Não foi feito ainda, mas acredito que ainda há tempo de se montar essa comissão para que possamos fazer o acompanhamento desses valores. É preciso lembrar que uma das funções legislativas do deputado é fiscalizar a execução do dinheiro do contribuinte. Então não é uma questão de desconfiança, nada disso; nós estamos aqui como parceiros do Buriti.

Recentemente o então ministro mais popular do governo federal, Sérgio Moro, se afastou do Executivo com fortes críticas ao presidente da República, Jair Bolsonaro. Como a senhora observou essa saída?

A situação que ele (Sérgio Moro) fala é gravíssima e traz a nós uma insegurança e que eu vejo que precisa ser esclarecido. A população recebeu várias teorias do que se tinha por traz do motivo da demissão, mas não chegou isso (o verdadeiro motivo) de uma forma oficial. Então tudo que é especulação é uma suposição, o que dá margem à confusão. O pronunciamento do presidente da República também não trouxe muito essas respostas, mas quero explicar meu posicionamento. Todas as pautas que forem defendidas pelo governo federal ou local que forem à favor da população podem contar comigo, mas eu não ficarei no governo defendendo nomes. Eu defendo ideias, proposições, atitudes.

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