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Brasília

Engenheiro que projetou o Viaduto Galeria dos Estados vai avaliar o que sobrou da obra

Arquivo Geral

07/02/2018 9h55

João Stangherlin

O engenheiro calculista, Bruno Contarini, de 84 anos, que projetou o Viaduto Galeria do Estados, é um dos convocados para integrar a comissão responsável por avaliar o elevado. Parte da estrutura foi ao chão por volta do meio-dia dessa terça-feira (6). Contarini mora no Rio de Janeiro, e a previsão é que ele chegue a Brasília por volta das 11h desta quarta (7).

O convite partiu do Departamento de Estradas de Rodagem (DER). Considerado um dos mais importantes engenheiros do Brasil, Bruno Contarini fez parte da trupe que ergueu o Palácio da Alvorada, o Instituto Central de Ciências (ICC), na Universidade de Brasília (UnB), e o Teatro Nacional.

O Viaduto Galeria dos Estados foi ao chão, mas não faltou aviso. Um relatório do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF), feito em 2011 e divulgado em 2012, já havia apontado a necessidade de manutenção urgente na estrutura da obra. Outro relatório, este feito pelo Sindicato de Engenharia e Arquitetura (Sinaenco), em 2011, alertou que 9 de 11 viadutos e pontes do DF precisam de reparos e obras de manutenção.

Questionado sobre a falta de prioridade em ações preventivas para evitar desastres, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) justificou com o seguinte argumento: faltou tempo. Havia projeto e orçamento para recuperação desse viaduto. “Agora eles terão que ser revistos, justamente pela situação do viaduto ser outra”, argumentou o governador.

Para o Crea/DF não há outro jeito: a demolição do restante da estrutura  é o melhor remédio. Para a presidente do Conselho, Fátima Có, o escoramento do que sobrou pode trazer mais perigo quem precisa utilizar o espaço. Além disso, a entidade assegura a necessidade de inspeção na região do viaduto e que o escoramento seria ainda mais perigoso.

“Este viaduto já estava relacionado como uma emergência. (A queda) Foi por falta de manutenção e de reparo necessário”, afirma Fátima, que lembra que alguns pilares que sustentam a parte que está de pé estão danificados.

Para o Crea, os alertas foram feitos e infelizmente nada foi feito a tempo. Teria faltado “vontade política” pois a parte técnica foi cumprida. A entidade garante que há perigo de desmoronamento de outras estruturas viárias, pois grande parte dos viadutos e pontes do DF foram construídos há mais de 50 anos e passam pelos mesmos processos de deterioração.

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