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Brasília

Empresários têm prejuízo com decisão da justiça que impede reabertura de atividades no DF

O presidente do Sindicato dos Hotéis, Bares e Restaurantes criticou a decisão do Judiciário em mandar que o GDF revogasse o Decreto 40.939

Catarina Lima

09/07/2020 18h24

Foto: Vítor Mendonça/Jornal de Brasília

Donos de salão de beleza, academias de ginásticas, bares e restaurantes do Distrito Federal passaram o dia de hoje (9) calculando os prejuízos que tiveram ao preparar seus negócios para uma reabertura, que durou apenas 24 horas. Isso porque o Decreto 40.939, do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, que estabelecia a retomada das atividades a partir do dia 7 de julho, foi revogado na última quarta-feira, por determinação judicial.

Karine Cavalcanti, proprietária de um salão de beleza no Lago Sul, gastou cerca R$ 40 mil reais em obras de adaptação do espaço para a reabertura no dia 7 de julho. Coloquei mais uma pia no salão, fiz um banheiro novo, coloquei blindex entre os lavatórios para garantir o distanciamento, a recepção foi isolada com vidro também, além da retirada dos sofás. “Como muitos produtos perderam a validade fiz uma compra de R$ 20 mil de novos produtos. E agora como vou pagar tudo isto sem ter receita, com o salão fechado? Nosso segmento foi primeiro a fechar, muitos dos profissionais estão passando necessidades para sobreviver”, questionou.

A empresária preocupa-se também com o pagamento do mês de julho dos salários dos seus 40 funcionários. Os colaboradores estavam com os contratos de trabalho suspensos, mas foram chamados de volta depois da publicação do Decreto que liberava as retomada das atividades na última terça-feira. “No primeiro mês de suspensão das atividades, eu dei férias coletivas aos funcionários; depois eles ficaram com as atividades suspensas. Agora eu tinha chamado todos de volta para a reabertura. Não sei como fazer para pagar os salários de julho”.

Uma pequena academia de ginástica gastou entre R$ 15 e R$ 20 mil para se adequar aos protocolos de segurança exigidos para a retomada das atividades durante a pandemia do novo coronavírus. A informação é de Thais Yeleni Ferreira, presidente do Sindicato das Academias do DF. “O prejuízo que tivermos com a decisão judicial foi enorme, a começar pelo lado humano. Cerca de 50% dos colaboradores já foram demitidos. Com essa decisão judicial mais pessoas que trabalham em academias serão mandadas embora. Os profissionais que estavam com contratos de trabalho suspensos foram chamados para trabalhar. E agora, como vamos fazer para pagar a folha deste mês”?

Segundo Thais houve um grande investimento por parte dos empresários do setor para retomar as atividades. “Nós investimos em treinamento, álcool, máscaras e limpeza especializada. Abrimos oferecendo toda a segurança aos clientes. As academias são lugares em que as pessoas tratam da saúde, evitam comorbidades, fortalecem o organismo para enfrentar melhor uma possível infecção por coronavírus. Também trabalhamos a saúde”, disse Thais.

O presidente do Sindicato dos Hotéis, Bares e Restaurantes, Jael Antônio da Silva, criticou a decisão do Judiciário em mandar que o governo do GDF revogasse o Decreto 40.939 que autorizava a retomada das atividades do setor no DF. Assim como os demais segmentos atingidos pela decisão, Jael disse que os prejuízos serão grandes, sendo o maior deles o pagamento da folha salarial dos empregados, que voltaram às atividades depois da expedição do Decreto.

“ Um restaurante médio gastou entre R$ 3 e R$ 5 mil para se adequar às exigências do protocolo criado para bares e restaurantes. Os empresários investiram em treinamento, produtos de desinfecção, adaptação de banheiros, isolamento de caixas e bufes”. Para Jael faltou à Justiça sensibilidade quando decidiu pela revogação do Decreto do governador Ibaneis Rocha. “O juiz não nos empresários”, finalizou. 

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