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Brasília

Em tempo de coronavírus, solidariedade invade o DF

Servidores da Educação e Saúde do GDF enfrentam a pandemia de Covid-19 com muita solidariedade e dão exemplo de muita humanidade

Redação Jornal de Brasília

16/04/2020 14h47

Cláudio Py e Lucas Neiva
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Escolas públicas do Distrito Federal doaram ontem (15) mais de 4 toneladas de alimentos perecíveis ao Instituto de Inclusão de Desenvolvimento e Promoção Social de São Sebastião. A ação foi organizada pela Coordenação Regional de Ensino (CRE) do Plano Piloto após a Secretaria de Educação do DF (SEEDF) orientar a distribuição de alimentos antes que se tornassem impróprios para consumo.

Os diretores das escolas entregaram os produtos congelados na sede da CRE do Plano Piloto na manhã desta quarta-feira, onde havia uma caminhão frigorífico à disposição para armazenar e levar, em segurança, os alimentos ao instituto beneficiado. 48 escolas participaram da ação, portanto, o coordenador da CRE do Plano Piloto, Júlio César Alves Sampaio, de 45 anos, afirma que foi criado uma logística para evitar qualquer tipo de aglomeração. “Os representantes das escolas trouxeram as doações em carros. Depois disso, os nossos funcionários, que estavam devidamente protegidos e higienizados, transferiram os alimentos ao caminhão cuidadosamente. É muito importante que essa ação seja feita de forma adequada. Tomamos todas as precauções necessárias para garantir isso”, declarou.

Foram doados os alimentos perecíveis que normalmente são utilizados para a preparação das merendas escolares dos estudantes da rede pública do DF, uma vez que as atividades presenciais dos centros de ensino estão suspensas e não tem confirmação de quando vão retornar. “A comida tem prazo de validade. Então combinamos de pegar esses produtos que estavam congelados nas escolas e distribuí-los para quem mais precisa no momento. Pude observar que as principais doações foram frutas, hortaliças e verduras, como abacaxi, goiaba, alface e couve. Estou muito satisfeito porque sei que vamos poder ajudar muitas pessoas”, complementou Júlio César Alves Sampaio.

A diretora do Jardim da Infância VI Comar, Alessandra Marcondes, foi uma das apoiadoras da iniciativa da Secretaria de Educação do DF. “Estamos vivendo em uma pandemia, então é muito importante que a gente se esforce para amparar quem mais precisa de nossa ajuda. Como podemos demorar para retornar às atividades normais nas escolas, doar os alimentos perecíveis é uma forma de contribuir com a sociedade. Nós estamos doando principalmente frutas e verduras congeladas. Tivemos o apoio de nutricionistas que nos orientaram durante o processo”, disse.

O vice-diretor do Centro de Ensino Médio Asa Norte (CEAN), Renato Ferreira, concorda com Alessandra Marcondes em relação a importância da doação dos alimentos das escolas públicas do DF para apoiar os mais afetados pela crise do novo coronavírus. “Muitas pessoas estão precisando de ajuda para conseguir comer, então nada mais justo do que doarmos os alimentos que estavam nas escolas sem ter o uso dos estudantes e que poderiam estragar em breve. O CEAN está contribuindo com 110 kg de produtos, tendo principalmente abóbora, repolho, goiaba e limão”, pontuou.

O auxiliar administrativo do Instituto Inclusão de Desenvolvimento e Promoção Social de São Sebastião, Renan Nunes, afirma que as doações das escolas públicas do DF foram importantes para ajudar a instituição durante a pandemia.

“Nós acolhemos pessoas em situação de vulnerabilidade e, normalmente, eles passam cerca de três meses aqui com a gente. Portanto, precisamos de ajuda para lidar com a crise, uma vez que tudo foi muito reduzido e o preço dos produtos aumentou bastante”, declarou.

Em nota ao Jornal de Brasília, a Secretária de Educação do DF informou que o momento exige solidariedade com aqueles mais afetados pela crise do novo coronavírus, uma vez que a covid-19 ameaça a saúde da população. Segundo ela, a iniciativa – de doar os alimentos das escolas públicas do DF à Secretaria de Desenvolvimento Social, para uso pela população mais vulnerável, antes que vençam e se tornem inviáveis para consumo – é um passo importante para proteger, dar assistência e contribuir durante o período de pandemia.

 

Solidariedade dos profissionais de saúde

Unidade Básica de Saúde 03 da Asa Norte iniciaram no último dia 10 uma campanha de doação de alimentos, roupas, brinquedos e bens de higiene para os moradores de invasões na Vila Planalto, que se encontram em situação de vulnerabilidade diante da epidemia. As doações podem ser realizadas até sábado (18) em dinheiro ou produtos.

Sabrina Dantas Soares, técnica administrativa da unidade e uma das coordenadoras da campanha, explica que a iniciativa surgiu apenas entre os funcionários, mas logo ganhou uma proporção muito maior.

“Foi um movimento bem interno entre os colegas, convidando amigos. (…) E tá bem legal, conseguimos uma repercussão boa, temos conseguido uma boa quantidade de doações”.

A campanha não apenas alcançou a meta inicial, como já a ultrapassou, abrindo a possibilidade de uma segunda doação. “Nosso objetivo era arrecadar uma tonelada de alimentos, mas acho que vamos alcançar duas toneladas. Como vamos entregar no sábado, a gente continua arrecadando doações. O que a gente pensou foi em distribuir uma tonelada agora e, se tudo der certo, distribuir a segunda tonelada no próximo mês. Assim garantimos a assistência à essas pessoas por um pouco mais de tempo”, afirma Sabrina.

“Nós já recebemos muitas doações para as nossas questões. Percebemos o quão importante esse movimento pode ser para o outro”, declara a técnica administrativa. A campanha não possui vínculo com a Secretaria de Saúde, mas teve o apoio da secretaria para que pudesse acontecer.

“Foi uma ação entre amigos. Estamos acionando também a comunidade e vendo se conseguimos apoio dos mercadinhos por aqui”, declara Sabrina.

As doações podem ser feitas em dinheiro ou com a entrega dos produtos na unidade, localizada na Vila Planalto. Junto com as cestas básicas, os doadores podem enviar recados aos assistidos.

“Entregaremos as cestas básicas junto com um bilhete de esperança. Assim, para essas pessoas, alimentaremos o corpo e a fé em dias melhores”, conta a coordenadora.

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