Menu
Brasília

Em nota, Correios diz que proposta do sindicato é impossível de ser atendida e afirma que serviços seguem em funcionamento

De acordo com o Correios “nenhum direito foi retirado, apenas foram adequados os benefícios que extrapolavam a CLT”

Redação Jornal de Brasília

18/08/2020 19h25

Nesta terça-feira (18), o Correios publicou nota em que explica que a paralisação parcial dos empregados dos Correios, iniciada nesta segunda-feira (17) pelas representações sindicais da categoria, “não afeta os serviços de entrega da corporação”. 

Também de acordo com a nota, “83% do efetivo total dos Correios no Brasil está trabalhando regularmente”. Serviços como SEDEX e PAC, continuam sendo postados e entregues em todos os municípios, mesmo com a greve.

Contudo, por conta da paralisação, foram adotadas medidas que buscam auxiliar na operação. Foram feitos remanejamento de veículos e a realização de mutirões também foram realizadas.

Enquanto os trabalhadores pedem pelo restabelecimento do atual acordo coletivo, que teria vigência até 2021, os correios negociam com servidores por medidas que “ajudem a cuidar da sustentabilidade financeira da empresa”. De acordo com a nota o objetivo é “se proteger da crise financeira ocasionada pela pandemia”.

Segundo o sindicato, desde o dia 1º de agosto, a direção da empresa excluiu 70 cláusulas trabalhistas, como licença maternidade de 180 dias, pagamento de adicional noturno, horas extras, indenização por morte, auxílio creche, entre outros.

Os Correios devem ter uma diminuição de despesas que giram na casa dos R$ 600 milhões por ano, mas as reivindicações da Federação Nacional dos Trabalhdores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) custariam aos cofres dos Correios quase R$ 1 bilhão no mesmo período, montante que representa 10 vezes os lucros de 2019.  A nota diz que “trata-se de uma proposta impossível de ser atendida”. 

De acordo com o Correios “nenhum direito foi retirado, apenas foram adequados os benefícios que extrapolavam a CLT e outras legislações, de modo a alinhar a estatal ao que é praticado no mercado”.

“Os trabalhadores continuam tendo acesso ao benefício do Auxílio-creche, para dependentes com até 5 anos de idade. Os tíquetes refeição e alimentação também continuam sendo pagos, conforme previsto na legislação que rege o tema, sendo as quantidades adequadas aos dias úteis no mês, de acordo com a jornada de cada empregado: 22 tíquetes para quem trabalha de segunda a sexta-feira e 26 tíquetes para os empregados que trabalham inclusive aos sábados ou domingos”, ressalta o explicativo.

Uma das exigências dos servidores é por maior subsídio durante a pandemia. Em resposta os Correios afirmaram ter tomados “medidas para proteger o efetivo durante a pandemia”. 

Ainda para justificar remanejamentos financeiros a nota explica. “Os Correios se veem obrigados a zelar pelo reequilíbrio do caixa financeiro da empresa. Em parte, isso significa repensar a concessão de benefícios que extrapolem a prática de mercado e a legislação vigente. Assim, a estatal persegue dois grandes objetivos: a sustentabilidade da empresa e a manutenção dos empregos de todos.”

A nota encerra “É importante lembrar que um movimento paredista agrava ainda mais a debilitada situação econômica da estatal. Diante deste cenário, a instituição confia no compromisso e responsabilidade de seus empregados com a sociedade e com o país, para trazer o mínimo de prejuízo possível para a população, especialmente neste momento de pandemia, em que a atuação dos Correios é ainda mais essencial para o Brasil.”

Entenda

Funcionários dos Correios no Distrito Federal entraram em greve nesta segunda-feira (17). A decisão foi tomada em assembleia realizada na noite desta segunda, informou o Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos do Distrito Federal e Região do Entorno (Sintect-DF). A greve foi deflagrada por tempo indeterminado.

Em nota, o sindicato afirma que a greve se deve aos “ataques da direção dos Correios e da negligência durante à pandemia com a saúde e vida dos trabalhadores”. Os trabalhadores mencionam falta de equipamentos de proteção adequados, álcool em gel e de testes.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado