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Ele cuida, estimula, dá amor…

Homens também têm acesso a benefícios e programas assistenciais que ajudam na criação digna dos filhos no Distrito Federal

Redação Jornal de Brasília

09/08/2020 8h25

Foto: Agência Brasília

“Eu quero ser para a minha filha o melhor pai que puder”. Osmar Pereira Campos tem 42 anos e embarga a voz quando o assunto é paternidade. Em Samambaia, ele cria sozinho a filha, Martha Victória, com microcefalia causada por abuso de drogas na gestação. A dedicação é diária para estimular o desenvolvimento da menina de três anos. Para isso, ele conta com a rede de proteção e assistência do Governo do Distrito Federal.

Há dois anos, Osmar tem guarda exclusiva da filha. Em casa, a rotina diária envolve brincadeiras, estímulos e pequenos passeios. “Ela é o melhor presente que Deus me deu. Somos só eu e ela e, apesar de ser difícil, não é sofrimento. Quando a gente cuida da criança com amor, não se torna uma batalha. Temos conseguido melhorar, ela está cada vez mais esperta”, conta.

A família é acompanhada pelo Criança Feliz Brasiliense desde maio. Duas vezes por mês, eles recebem visitas remotas – em função da pandemia – com estímulos e atividades para evolução cognitiva, motora e emocional da menina. “Osmar nos relata que o programa ajuda bastante com propostas de atividades simples, que não comprometem despesa”, aponta a supervisora do programa em Samambaia e no Recanto das Emas, Ester Reis.

“Ele sempre criou ela sozinho, com cuidado, afeto. Sempre foi presente. Com certeza, esse pai é uma exceção”, garante a supervisora. Atualmente, há 12 pais responsáveis, como cuidadores, dos mais de 1,6 mil vinculados ao programa. “É um quantitativo muito pequeno, que reforça a importância de trabalhar a inclusão do pai no cuidado com a criança”, entende a coordenadora do Criança Feliz Brasiliense, Fernanda Monteiro.

Osmar é armador de ferragens em construções. Eventualmente, faz pequenos serviços para complementar a renda, mas a filha recebe o Benefício de Prestação Continuada (BPC), no valor de um salário-mínimo. A finalidade é dar suporte para que a família possa exercer cuidados e dedicação necessários.

“É um benefício que dá segurança de renda para pessoas idosas ou com deficiência, geralmente incapacitantes para o trabalho”, explica a coordenadora de Proteção Social Básica da Sedes, Nathália Eliza. Além disso, ele recebe o auxílio-emergencial do governo federal, no valor de R$ 600.

Cadastro Único

Pais como Osmar são minoria no Distrito Federal, mas também têm acesso à rede de proteção. Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes), de 167.902 famílias inscritas no Cadastro Único, 5.364 são homens responsáveis pela unidade familiar do qual tem filhos de até 18 anos em sua composição familiar. Eles representam 3,19% do universo da capital.

A coordenadora Nathália Eliza explica que a assistência social trabalha com a premissa de família – independentemente de como ela é composta. Uma das perspectivas é da ausência da figura materna, embora raro. “É muito mais comum que a responsável pelo cuidado seja a mulher. Esse pai, que cuida sozinho da criança com deficiência, é exemplo da importância do vínculo paterno para a criação”, diz.

Agência Brasília

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