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Brasília

Elas têm sanidade para responder por seu crime

Laudo psiquiátrico atesta que assassinas de Rhuan gozam de sanidade mental e irão a júri popular

Marcus Eduardo Pereira

05/09/2019 9h20

Rosana e Kacyla são imputáveis

Laudo psiquiátrico de Rosana e Kacyla, ao qual o JBr. teve acesso, indica que elas podem ser punidas pela morte de Rhuan

Vanessa Lippelt
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O laudo de sanidade mental de Rosana Auri da Silva Cândido e Kacyla Priscyla Santiago Damaceno, solicitado pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) em 16 de julho deste ano, ao qual o Jornal de Brasília teve acesso com exclusividade, atestou que as duas assassinas confessas do menino Rhuan, de 9 anos, foram consideradas imputáveis. De acordo com os psiquiatras forenses, as duas mulheres gozam de saúde mental e, desta forma, irão a julgamento pelo crime cometido no dia 31 de maio, em Samambaia.

De acordo com fontes, as duas assassinas, que encontram-se presas na Penitenciária Feminina do Distrito Federal, foram submetidas a cerca de três horas de testes cada uma, realizados por dois psiquiatras forenses. A metodologia utilizada para a emissão do laudo não foi informada.

Rosana e Kacyla são mantidas isoladas na penitenciária. “Se saírem, são mortas“, conta a fonte cuja identidade será preservada. Perguntada se alguma das duas se arrependeu do assassinato do menino, a fonte é categórica: “Elas jamais demonstraram qualquer tipo de remorso“.

Rhuan, menino morto pela mãe.
foto : arquivo pessoal

A partir de agora, o laudo psiquiátrico é juntado ao processo que entra na fase de pronúncia. O juiz, caso não haja impugnação do resultado, designa audiência de instrução onde Rosana e Kacyla serão interrogadas pelo judiciário pela primeira vez.

Após a sentença de pronúncia, o processo segue para o tribunal do júri, que não deve acontecer neste ano. Júri é o tribunal em que 15 cidadãos são previamente alistados e, desses, sete são escolhidos e decidem sobre a culpabilidade ou não dos acusados.

Relembre o caso

Rhuan, menino morto pela mãe.
foto : arquivo pessoal

O menino Rhuan Maycon, de 9 anos foi morto, esquartejado e decapitado – ainda com vida, segundo laudo do Instituto Médico Legal (IML) – pela mãe Rosana e pela madrasta Kacyla no dia 31 de maio, em Samambaia.

As duas foram indiciadas por cinco crimes e podem pegar até 57 anos de reclusão. A principal acusação é de homicídio qualificado, com agravantes de motivação fútil e da impossibilidade de defesa da vítima.

O relatório final do processo aponta que o crime foi todo realizado dentro da residência, e à noite. Quando Rhuan dormiu, a mãe, desferiu-lhe um golpe de faca nas costas. O menino rolou da cama e caiu no chão. De frente para ele, a mãe deu outras 11 facadas no tórax da criança. Daí ela partiu para a decapitação do corpo.

Com o filho esquartejado, a mãe e a companheira tentaram arrancar a pele do rosto do menino para fritar numa panela. A cabeça foi posta num balde, e o resto do corpo na churrasqueira. O objetivo era descolar a pele dos ossos pelo calor. A faca, o carvão e um martelo – cujo objetivo era triturar os ossos de Rhuan – foram comprados às vésperas do crime.

Os restos mortais da criança foram colocadas em duas mochilas escolares e uma mala de viagem, que a mãe tentou dispensar num bueiro. As mulheres tentaram limpar a cena do crime. Com água sanitária, lavaram o sangue e eliminaram resíduos que pudessem incriminá-las.

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