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Brasília

Doença crônica agravou situação de paciente com Covid em 87% dos óbitos no DF

Doenças mais comuns, com potencial de influenciar no estado de saúde dos pacientes de Covid-19, são as de origem cardiovascular e metabólicas

Redação Jornal de Brasília

22/05/2020 11h11

O impacto das comorbidades patológicas no agravamento do estado clínico dos pacientes de Covid-19 tem sido cada vez mais mundialmente notável. O Distrito Federal segue a mesma tendência. Informações do Painel Covid-19 no DF, divulgadas nesta quinta-feira (21), às 17h30, mostram que dos 84 óbitos registrados na capital da República, 73 possuíam pelo menos uma doença crônica. Com informações da Agência Brasília.

As doenças mais comuns, com potencial de influenciar no estado de saúde dos pacientes de Covid-19, são as de origem cardiovascular e metabólicas. “O que mais vemos são quadros de saúde agravados por hipertensão, diabetes e obesidade”, avalia o secretário-adjunto de Assistência à Saúde, Ricardo Tavares.

Outras características das vítimas da doença também têm sido enfatizadas: cerca de 75,3% das vítimas sofriam de hipertensão e 74% tinham mais de 60 anos. A fatalidade atingiu mais homens (43) que mulheres (41). A diabetes também foi identificada em 38,4% dos casos fatais; e, a obesidade em 17,8%.

“Na população do DF, são características que se destacam. Quando partimos para uma análise nacional, temos de considerar também a subnutrição”, avalia Tavares. “Na região Norte é uma situação que preocupa tanto o número de infecções como o que tem impacto em casos de mortes”, completa.

Segundo o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, emitido em 8 de maio, 65% dos casos de óbitos no Brasil estão relacionados à pelo menos um fator de risco. No entanto, o subsecretário de Vigilância à Saúde, Eduardo Hage, alerta: “Quando o vírus afeta uma pessoa de maneira grave a evolução é muito rápida e bem pior do que a Influenza e outros virais respiratórios”.

Hage destaca que, no cenário nacional, já há registros de mortes entre crianças e adultos aparentemente fora do quadro de risco. “Ainda não conhecemos bem quais os fatores para essa evolução grave em pessoas fora do quadro de risco. Pode ser carga viral ou outros fatores ainda desconhecidos”. Por isto, ele alerta, a melhor escolha no momento é redobrar a prevenção e evitar ao máximo sair de casa.

Taxa de mortalidade

Outro estudo elaborado pela Companhia de Planejamento do DF (Codeplan), divulgado na terça-feira passada (19), mostra que o Distrito Federal caiu duas posições no ranking nacional de mortes por Covid 19, no intervalo de uma semana. Até o dia 10 de maio, a unidade da Federação ocupava a 20ª posição e passou para 22ª no dia 17.

O DF ainda apresentou um salto positivo quanto à mortalidade a cada 100 mil habitantes, saindo da 10ª para 16ª posição em sete dias.

Segundo o levantamento, a incidência de casos ainda se concentra em localidades de maior renda. O Lago Sul permanece como a região administrativa com o maior número de casos quando se analisa a proporção de sua população: 458,5 para cada 100 mil habitantes.

“Permanecemos com um índice de mortalidade relativamente baixo e estamos perto do pico, que deve ser em julho”, avalia o secretário-adjunto Ricardo Tavares. Para ele, o quadro só foi possível em função das medidas certas tomadas pelo governo.

“Além das ações iniciais de isolamento social, aumentamos a testagem em massa e oferecemos a internação precoce. Todo esse conjunto de ações estão dando resultados e agora ficamos numa situação mais confortável”, explica.

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