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Brasília

Distritais debatem nomeação da primeira-dama

Governistas consideram que a advogada tem tudo para fazer boa gestão. Oposicionistas criticaram

Redação Jornal de Brasília

08/04/2020 6h29

Hylda Cavalcanti
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A nomeação da primeira-dama do DF, Mayara Noronha, como nova secretária de Desenvolvimento Social pelo governador Ibaneis Rocha foi tema de debate ontem na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).

O distrital Agaciel Maia (MDB) fez questão de dizer que embora não tenha procuração para defender a primeira-dama, é da opinião que “a competência das pessoas não pode ser maculada pelo fato de serem parentes de autoridades”.

“Não concordo quando vejo governadores e outros governantes sem poderem indicar parentes que sabem ser competentes. Minha avaliação é que ninguém tem mais oportunidade de desenvolver um trabalho bom na área social que uma pessoa próxima do governador. Então, vamos deixar a doutora Mayara mostrar sua competência e trabalhar”, ponderou.

Outros parlamentares também se posicionaram em defesa da primeira-dama. Hermeto (MDB) lembrou que o então deputado federal Policarpo, do PT, teria indicado a mulher para um cargo relevante no governo Agnelo Queiroz, no qual ela teria se destacado.

Ele provocou a petista Arlete Sampaio ao afirmar que “evocando exemplos do passado, posso dizer que não é o parentesco que vai atrapalhar a competência de cada um”.

Robério Negreiros (PSD) disse que o cargo de secretário de estado é de natureza “eminentemente política”, no qual “o governador pode colocar quem quiser”. “O papel principal das primeiras-damas tem sido na área social e o fato de ela estar perto do governador ajuda muito também”.

Outros distritais que se manifestaram em defesa da primeira-dama foram Daniel Donizeti (PSDB) e Valdelino Barcelos (PP).

Advogada

Advogada, Mayara Noronha ocupará o cargo que era exercido interinamente pelo secretário de Governo, Zé Humberto, desde março passado – quando o então titular da pasta, Luís Ricardo Sousa Guterres, pediu exoneração por questões de saúde.

A secretaria de Desenvolvimento Social do DF é responsável pela execução das políticas de assistência social, transferência de renda e de segurança alimentar e nutricional.

Ibaneis já avisou que, assim como ele, a primeira-dama pretende abrir mão do salário de secretária e doar a quantia para entidades sociais.

Críticas

Houve também críticas à nomeação. A discussão chegou a monopolizar por um período a sessão plenária, que foi realizada de forma virtual. Leandro Grass, o primeiro a se manifestar sobre o tema, disse considerar “estranho e exótico” que “num momento que exija tanta técnica e que cargos voltados para a área social precisem ser ocupados por profissionais do setor e bem preparados”, o governador indique justo sua mulher para a secretaria de Desenvolvimento Social.

Grass foi acompanhado da deputada Arlete Sampaio em sua posição. A parlamentar classificou o gesto de “primeiro-damismo”. “No movimento da assistência social isso é um retorno ao que era observado décadas atrás, quando os governantes colocavam integrantes da família para serem a extensão do desenvolvimento político”, destacou.

Arlete Sampaio foi contestada de pronto pelo colega Cláudio Abrantes (PDT), que não gostou da comparação do governador com Bolsonaro. “Acho bacana a defesa do sistema de desenvolvimento social do DF pelos parlamentares, mas não vejo impedimento legal na nomeação da primeira-dama como secretária e não acho que devemos fazer um julgamento antecipado sobre o desempenho dela”. Segundo Abrantes “a primeira-dama tem capacidade de gestão”.

“Discordo sobre comparações entre Ibaneis e o presidente da República. Cercar-se de pessoas confiança é natural, contanto que o escolhido tenha perfil”.

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