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Brasília

Detentas produzem equipamentos de proteção ao coronavírus

Os kits, compostos por capote, propés e toucas, serão usados nas unidades prisionais e por profissionais da Secretaria de Saúde. Também foram feitos rodos

Redação Jornal de Brasília

29/03/2020 12h53

CORONAVÍRUS

Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

Uma corrente do bem voltada para a prevenção do contágio pelo novo coronavírus se instalou na Penitenciária Feminina do Distrito Federal (PFDF) desde a última semana. Sentenciadas, direção e agentes se debruçaram em conseguir material e expertise para produção de máscaras e kits de proteção – compostos por capote, propés e toucas – para serem utilizadas nas unidades prisionais e por profissionais da Secretaria de Saúde.

Atendendo ao pedido do secretário de Segurança, Anderson Torres, 200 kits já estão prontos para serem utilizados pelos agentes e na última sexta-feira (27) teve início a produção de máscaras de proteção.

 “Estamos vivendo um período de escassez desses materiais no mercado e precisamos de uma quantidade grande para proteção de nossos profissionais e para garantir a saúde dos internos nas unidades prisionais. Vamos dar todo apoio necessário para que a produção atenda nossa demanda e também da Secretaria de Saúde (SES). Estamos trabalhando de forma integrada em busca das melhores alternativas”, disse Torres.

Ao todo, trinta sentenciadas estão participando da produção do material. Elas fazem parte das oficinas de chinelo, uniformes para internas e artesanato que funcionam dentro da PFDF. 

Com estoque de uniformes abastecido e a necessidade deste material diante da crise gerada por conta do coronavírus, a produção foi redirecionada. “A mudança foi alinhado com a Vara de Execução Penal (VEP) para viabilizarmos formas de compensar a falta de visitas, saídas temporárias e trabalho externo”, explicou o subsecretário do Sistema Penitenciário, Adval Cardoso.

Para a juíza da VEP, Leila Cury, atividades para compensar a suspensão das saídas temporárias e trabalho externo são importantes para que os reeducandos percebam que estão colaborando para minimizar os efeitos da crise causada pelo coronavírus e, de toda forma, estão ocupando o tempo.

 A juíza instituiu um Grupo de Monitoramento Emergencial composto por servidores da Sesipe, Educação, VEP e Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) para acompanhar os efeitos da crise no ambiente carcerário. “Diariamente fazemos avaliações das medidas”, disse Cury.

A produção continuará de máscaras e kits continuará a partir desta segunda (30). “Estamos priorizando a distribuição para agentes que fazem a transferência de presos recém-chegados ao sistema penitenciário, pois não sabemos como estavam essas pessoas antes da prisão”, contou Adval.

A disponibilização será feita a partir do protocolo estabelecido pela Saúde, que orienta quem deve utilizar o material.

De acordo com a diretora da PFDF, Rita de Cássia, a Secretaria de Segurança está comprando mais material para produção dos kits para os agentes. “Tínhamos lençóis com filtro de retenção bacteriana para o setor de saúde da unidade, repassado pela SES, que não estava sendo utilizado, e TNT. Buscamos a orientação dos profissionais e produzimos a partir do modelo fornecido por eles. Desta forma, conseguimos produzir um material reforçado e eficaz”. A máscara possui três camadas, sendo duas de TNT e uma de tecido retenção bacteriana.  

A SES encaminhou material para a produção das máscaras para seus profissionais, que também será iniciada a partir da próxima semana.

Rodos para limpeza

Nesta semana, cerca de dez sentenciados – classificados para trabalho interno e da Ala de Tratamento Psiquiátrico – testaram um modelo de rodos para contribuir com a limpeza das unidades prisionais. 

“A assepsia de celas e viaturas precisou ser intensificada. Além do material de limpeza, precisamos de equipamentos para realizá-la. Como a demanda tem sido muito grande, a PFDF passou também a produzi-los”, explicou o subsecretário da Sesipe.

Os rodos são produzidos a partir de sobras do material para produção de chinelos, que são feitos no presídio, canos e madeira.

Com informações da Agência Brasília

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