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Brasília

Depois de 100 dias, a reabertura

No dia 5 de março, deu entrada em Brasília a primeira paciente com a covid-19. Já são mais de 23 mil casos e 319 mortes – e os números continuam crescendo

Redação Jornal de Brasília

16/06/2020 6h44

Foto: Vítor Mendonça/Jornal de Brasília

Mesmo com número de casos crescendo, o DF se prepara para reabrir o comércio geral de feiras

Pedro Marra e  Olavo David Neto
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Após 100 dias desde o registro do primeiro caso de infecção pelo novo coronavírus no Distrito Federal, 23.684 pessoas já foram diagnosticadas com a covid-19 e a taxa de ocupação dos leitos do sistema de saúde pública passa de 64%. Ainda assim, o comércio geral de feiras estará liberado para funcionar a partir de amanhã, de acordo com decreto assinado pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) no último domingo (14). O Jornal de Brasília traçou um panorama de 100 dias da pandemia na região, desde o primeiro caso confirmado e as medidas adotadas nesse período na capital federal.

A primeira pessoa contaminada pelo novo coronavírus em Brasília foi uma moradora do Lago Sul, de 52 anos, internada em hospital particular da própria região no dia 4 de março. Dois dias depois, ela foi transferida para o Hospital Regional da Asa Norte (Hran). No dia anterior a Secretaria de Saúde confirmou que a paciente fora diagnosticada com a doença. A mulher, que havia voltado de uma viagem que fez à Londres e Suíça com o marido, sentiu sintomas da doença como tosse e febre, o que a fez achar que eram por conta de problemas respiratórios pré-existentes.

Em estado gravíssimo por 74 dias, ela ficou em coma na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do hospital público, mas foi liberada três meses depois para seguir em recuperação no hospital privado, onde se tratou no início. O marido dela também foi infectado pelo vírus no dia 7 de março, sendo o segundo caso confirmado da doença no DF. Ele ficou isolado em casa.

Primeiro decreto

Em 11 de março, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB) assinou o primeiro decreto de isolamento social. No documento, o chefe do Executivo local determinava o fechamento das escolas na rede pública e privada por cinco dias. Poucos dias depois, em 19 de março, Ibanei assinou outro decreto que proibia a realização de cultos e missas no DF, além de ordenar o fechamento de atividades de atendimento ao público no comércio da capital federal. Lojas, shoppings, feiras, clubes, parques, bares e restaurantes estavam incluídos na determinação.

A decisão valia até 5 de abril. Mas antes, em 27 de março, o governador decidiu reabrir lotéricas e lojas de conveniência, com distanciamento social de 2m entre as pessoas, além do uso de álcool em gel. O motivo, segundo chefe do Executivo à época, era para “aliviar algumas coisas para facilitar a vida das pessoas.”

Naquele momento, o Distrito Federal registrou a primeira morte pelo novo coronavírus. Era um homem, que morava em um assentamento na Rota do Cavalo, em Sobradinho. Ele chegou à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade por volta de 6h do dia 27 de março. Segundo o GDF, na época, o paciente morreu em torno de 15h após desconforto respiratório e febre, seguido de parada cardiorrespiratória. No mesmo dia, a Secretaria de Saúde (SES-DF) registrou 242 casos confirmados de covid-19.

Um dia depois, Ibaneis assinou outro decreto que suspendia, por tempo indeterminado, a posse e nomeação de aprovados em concursos públicos do GDF. A decisão manteve apenas as nomeações de servidores na linha de frente de prevenção, contenção ou combate ao novo coronavírus. “A nomeação de novos servidores públicos pode comprometer as medidas de contenção da disseminação do coronavírus”, dizia o texto. Concursos como o da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), Tribunal de Contas do DF (TCDF) e da Procuradoria-Geral do DF (PGDF) foram suspensos.

Já no dia 9 de abril, o governador decretou a reabertura de lojas e fábricas de móveis, além do comércio de eletroeletrônicos e a liberação de funcionamento do Sistema S. Por causa da pandemia do novo coronavírus, o funcionamento desses estabelecimentos estava restrito desde março, como medida para impedir a proliferação do vírus. O uso obrigatório de máscaras em Brasília também foi determinado em abril por Ibaneis, mais precisamente no dia 30.

Saiba Mais

Ao JBr, a Secretaria de Saúde informou que dispõe de 372 leitos com suporte de ventilação mecânica para covid-19, incluindo os próprios e os contratados ou conveniados.

“A taxa de ocupação no momento é de 64,52%, com 240 ocupados e 132 vagos”, diz a SES-DF.
Segundo o chefe da Casa Civil, Valdetário Monteiro, o GDF vai “aumentar leitos de UTI”

A Secretaria acrescenta que a rede pública do DF está ampliando, gradativamente, o número de leitos para receber os pacientes acometidos pelo vírus.

Outra medida de combate à covid-19 adotada pelo GDF tem sido a testagem em massa. Aplicada na população desde 21 de abril, já foram mais de 245 mil brasilienses testados.

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