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Brasília

Depois da Papuda, polícia do DF faz ação contra PCC em cadeias de Goiás

Arquivo Geral

27/04/2018 17h34

Atualizada 01/05/2018 20h52

Material apreendido em operação contra o PCC. Foto: Ana Clara Arantes

Ana Clara Arantes
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Mais cinco mandados de prisão foram cumpridos em operação que busca evitar o estabelecimento da facção Primeiro Comando da Capital (PCC) no Distrito Federal. Nesta semana, a Polícia Civil já havia cumprido outros 13 mandados de prisão na Papuda.

Desta vez, o alvo da Operação Prólogo foram detentos que cumprem pena em penitenciárias do Novo Gama (GO) e Águas Lindas (GO). Foram três prisões na primeira cidade e dois na segunda. O objetivo dos integrantes era tentar criar uma nova célula para articular a associação criminosa no DF.

Durante a busca, foram encontrados nas celas seis celulares, carregadores, porções maconha, comprimidos de Rohypnol (usado no golpe do “Boa noite, Cinderela”) e cartas com conteúdo criminoso.

De acordo com Jonas Bessa, diretor da Divisão de Repressão às Facções Criminosas (Difac), as cartas continham comandos para execução de crimes e eram enviadas com a ajuda de visitantes dos detentos. Já os celulares poderiam ser usados para ligações e videoconferências com outros integrantes da facção.

Os envolvidos já respondiam pelos crimes de tráfico de drogas e roubos. Segundo Bessa, são pessoas perigosas: “Todos são autores de crimes graves, delitos que financiam e arrecadam recursos para essa associação”, detalha.

Os alvos de hoje continuarão presos e serão indiciados pelo crime de organização criminosa, podendo pegar de três a oito anos de reclusão. “Alguns deles estavam próximos da liberdade. Mas permanecerão presos”, espera Bessa.

O foco é o DF
Segundo Jonas Bessa, o foco dos novos alvos é o Distrito Federal, mas eles se escondiam na Região Metropolitana. “Aqui há uma maior repressão por parte dos órgãos de segurança, logo, muitos deles se utilizam das cidades do Entorno como base”, explica.

Com a descoberta da ligação com a facção criminosa, a expectativa é de que os presos sejam transferidos a celas de maior segurança ou isolados dos demais.

Delegado Jonas Bessa. Foto: Ana Clara Arantes

Facilidade nos presídios de Goiás
Na primeira fase da operação, não foram encontrados nada além das cartas nos presídios do DF, diferentemente do que ocorreu em Goiás. Conforme Bessa aponta, essa facilidade em perpassar aparelhos celulares e drogas deve-se ao fato de os estabelecimentos prisionais do Entorno serem menores e ainda mais lotados.

“Esses aparelhos são introduzidos nesses ambientes pelos visitantes. Muitos deles levam em suas partes íntimas ou arremessam pelos muros do presídio. O fato de esses locais serem situados nos centros das cidades também facilita essa possibilidade”, pondera.

Relembre o caso
A primeira fase da Operação Prólogo foi deflagrada na última terça-feira (24) pela Coordenação de Combate ao Crime Organizado, ao Crime contra a Administração Pública e contra a Ordem Tributária (Cecor). Na data, foram cumpridos 13 mandados de prisão preventiva e 13 mandados de busca e apreensão em sistemas prisionais do DF.

Durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão, foram encontradas cartas, cadernetas e mensagens com conteúdos criminosos, promovendo a execução de crimes. A operação contou com o apoio do Núcleo de Inteligência do Sistema Penitenciário.

A segunda fase da operação, deflagrada nesta sexta-feira (25), contou com o apoio do Sistema Prisional de Goiás, do Grupo de Intervenção Tática (GIT) e do Grupo de Operações Penitenciárias Especiais (Gori).

Outras fases ainda serão desencadeadas pelo Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Segundo Jonas Bessa, esse é um monitoramento que ocorre desde o ano 2000 e que continuará acontecendo.

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