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Brasília

Dentistas adotam métodos mais rígidos para atendimentos durante pandemia

Cirurgião-dentisa explica que, apesar de os dentistas sempre trabalharem com muita atenção à biossegurança, agora esses cuidados foram intensificados

Catarina Lima

17/06/2020 17h49

Atualizada 18/06/2020 14h04

Foto: Ilana Marques/Especial para o Jornal de Brasília

Tratar de uma das portas de entrada do novo coronavírus – a boca – sem se contagiar ou contaminar todo o ambiente tem sido a maior preocupação dos dentistas. Em Brasília, o Conselho Regional de Odontologia (CRO-DF) desde o início da pandemia tem buscado o apoio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária ( Anvisa) e do ministério da Saúde para estabelecer os protocolos necessários à prevenção. Poucos pacientes, protocolos rigorosos para higienização dos consultórios e insumos com preços abusivos são alguns dos desafios enfrentados pelos dentistas.

O cirurgião-dentista Luiz Evaristo Volpato, membro do Conselho Federal de Odontologia, disse que apesar de os dentistas sempre trabalharem com muita atenção à biossegurança, agora esses cuidados foram intensificados. “A odontologia é muito presencial, então quando surgiu a pandemia tanto os profissionais quanto os pacientes se viram com o problema de como seriam feitos os tratamentos dali em diante”, lembrou Volpato. Segundo o profissional, desde março os protocolos já foram revisados muitas vezes, na busca por mais segurança.

Consultórios que passavam por limpezas rápidas agora demoram cerca de três horas para serem completamente higienizados entre um paciente e outro. Isso acontece devido a necessidade de que todas partículas do aerosol usado nos equipamentos sejam retiradas do ambiente. Este tempo necessário para higienização reduz significativamente a capacidade de atendimento dos consultórios. Alguns profissionais, com a odontopediatra Ilana Guimarães, recorreu à tecnologia para que os quatro consultórios de sua clínica não passassem tanto tempo sendo higienizados. Ela importou da Suécia uma lâmpada ultravioleta que limpa o ambiente em 15 minutos. “O consultório fica pronto para ser usado em 15 minutos, mas por segurança nós fazemos a higienização em uma hora”, explicou a profissional.

Insumos muito caros

Mas não é só a preocupação com a segurança e a redução no número de pacientes que tem preocupado os dentistas de Brasília. Segundo Luiz Volpato, os preços dos insumos é outro grande problema enfrentado. “Estamos comprando mais luvas, mais protetores para os pés, mais máscaras, e os preços estão abusivos”, reclamou. Segundo ele, o CRO fez um convênio com o Procon DF para que profissionais possam fazer denúncias de preços acima do normal. Alguns profissionais também se uniram em grupos de whatsapp para fazer pesquisas de preços de produtos e trocar experiências sobre segurança. Ilana Guimarães criou um desses grupos em que os profissionais se ajudam.

Carolina Alexandre, também odontopediatra, disse que a demanda do consultório caiu para 60%. Para ela, o fato de não poder abraçar os pequenos pacientes e nem recebê-los com um sorriso no rosto também prejudica a relação com a criança. A clínica em que trabalha oferecia filmes, fones de ouvido e óculos escuros durante o tratamento. Com a chegada da pandemia os óculos e os fones de ouvido foram retirados. Só restaram os filmes.

 

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