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Brasília

Demora na conclusão das obras na EPTG causa transtorno aos usuários

Arquivo Geral

03/08/2018 7h00

Foto: João Stangherlin/Jornal de Brasília.

Jéssica Antunes
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Parada há três meses, não há prazo definido para que a obra do viaduto do centro de Taguatinga seja retomada e concluída. Ela faz parte do conjunto de promessas para aliviar o trânsito intenso no chamado Corredor Oeste, na Estrada Parque Taguatinga (EPTG). Tapumes foram colocados em fevereiro de 2017 e a previsão de entrega já foi alterada ao menos três vezes. Da expectativa inicial, passaram-se mais de 430 dias. Nesse meio tempo, obras foram anunciadas, iniciadas e concluídas.

Cerca de 135 mil veículos circulam pela região todos os dias e os engarrafamentos são diários. Eles começam lá atrás, na avenida Elmo Serejo, e se estendem até o fim da EPTG, na altura da Octogonal. Atualmente, os motoristas passam por um desvio na altura da linha férrea do Guará. Ali, o trecho é submetido ao terceiro alargamento de ponte, previsto para ser entregue na segunda quinzena de outubro. No início de julho, foram terminados e liberados os que passam sobre os córregos Samambaia e Vicente Pires.

Enquanto a obra no centro de Taguatinga continua parada, a ciclovia também tomou forma. Ao JBr., o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) informou que a obra está em processo de finalização. A previsão de conclusão é novembro deste ano, mas pode ser prorrogada. Uma nova saída por Águas Claras também foi anunciada, para alívio dos motoristas que sofrem especialmente com o nó no Viaduto Israel Pinheiro, que há não previsão de intervenções.

As obras devem começar até o fim de 2018 com estimativa de término até o primeiro semestre de 2019, ao custo de R$ 5 milhões. Com 2 km de extensão, a saída terá duas faixas em cada sentido, ligando o balão de interseção entre a Avenida Pitangueiras e a Avenida Parque Águas Claras.

Terceira ampliação de ponte ocorre na EPTG. Desta vez, no trecho sobre a linha férrea, na altura do Guará. Foto: João Stangherlin/Jornal de Brasília.

Vaivém

No centro de Taguatinga, por sua vez, a novela parece longe do fim. No fim do ano passado, quando já haviam sido gastos R$ 4,7 milhões, o governo anunciou um aditivo de R$ 1,1 milhão. Cinco meses depois, as obras foram paralisadas. De acordo com a Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sinesp), a suspensão, por 90 dias, foi recomendada pela Controladoria Geral do Distrito Federal. A pausa foi necessária para readequações no projeto executivo e aditivo financeiro. As obras devem ser retomadas neste mês, mas sem data definida.

“Com a fundação e os pilares concluídos, avançou-se para a fase dos tabuleiros, onde foram encontradas divergências entre o tabuleiro existente e o projetado, o que gerou a necessidade de readequação do projeto executivo”, informou a pasta, que calcula que 25% dos serviços totais foram executados. Se tudo der certo, a passagem pode ser liberada ainda neste ano.

Mudança

O viaduto tem de 60 metros de extensão e 20 metros de largura e deve ganhar mais duas faixas, sendo uma de veículos e outra exclusiva para ônibus. O orçamento para execução é de R$ 5,4 milhões provenientes de um contrato de financiamento com a Caixa Econômica Federal e contrapartida do GDF. De acordo com o governo, é estratégia que as obras ocorram em etapas.

Martírio Diário

“É sempre um martírio”, resume a operadora de telemarketing Eunice Maia, 32. Ela mora em Ceilândia e precisa sair mais de duas horas antes de bater o ponto, para não chegar atrasada ao trabalho: “Fico em pé no ônibus por mais de uma hora e meia. O problema está quando diminuem as pistas. É engarrafamento todo dia”. Para ela, as intervenções podem ajudar nesse fluxo: “Mas parece que é só conto da sereia e nunca vai sair”.

A situação não é diferente para condutores. “A redução no número de faixas complica demais a vida. A ideia de alargar os viadutos é boa, mas precisa sair. Nos lugares que já foram liberados a mudança já foi clara, mas essa obra no centro de Taguatinga já faz parte da paisagem”, critica Marcela Pinho, administradora de 40 anos.

Governo pretende concluir as ciclovias até novembro, mas o prazo pode ser prorrogado. Foto: João Stangherlin/Jornal de Brasília.

Memória

Em 2009, a EPTG passou por uma mega-ampliação, em uma obra financiada em R$ 244 milhões pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). A promessa era que a pista fosse parte de uma “Linha Verde”, sendo um dos três principais corredores de transporte da capital. Na época, essa seria a solução dos problemas da via.
Com 12,7 km, motoristas poderiam optar pelas vias marginais ou usar um dos cinco viadutos pela extensão. Aos ônibus, a faixa central e exclusiva daria agilidade ao transporte. Os trabalhos começaram em abril de 2009, na gestão de José Roberto Arruda. A pista foi entregue em outubro de 2010, no governo provisório de Rogério Rosso.
Depois disso, foi necessário fazer obras de drenagem.

Saiba Mais

O JBr. pediu os detalhes que levaram a Controladoria Geral do DF a recomendar a paralisação das obras em Taguatinga, mas não obteve retorno do governo até a primeira publicação desta matéria. Às 10h09 desta sexta (3), a CGDF esclareceu que “está em andamento trabalho de inspeção rotineiro e que a Sinesp se encontra dentro do prazo para encaminhar as respostas a esta Controladoria”. Como está em andamento, o relatório ainda não foi publicado e não há como emitir conclusões sobre indícios ou irregularidades.

 

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