Lucas Valença
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A demissão de aproximadamente 1.500 trabalhadores terceirizados das empresas que integram o sistema SLU, responsável pela limpeza urbana da capital, mobilizou a atenção dos parlamentares da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) ontem depois que cerca de 300 trabalhadores comparecerem à galeria da Casa legislativa.
A sessão ordinária, que contou com a presença massiva dos parlamentares da oposição, se tornou palanque de críticas à atual gestão do Executivo local. O deputado Leandro Grass (Rede), por exemplo, prestou apoio e solidariedade aos trabalhadores, além de lamentar as demissões. “Não pode, de uma hora para a outra, trocar uma fórmula, o modelo de contrato, e simplesmente despejar as pessoas na rua”, declarou no plenário da CLDF.
O parlamentar também criticou a mudança da sistemática da coleta de lixo da cidade. Recentemente o resídio sólido passou a ser recolhido dia sim, dia não. “Avisou para quem?”, questionou o distrital.
Segundo o oposicionista Chico Vigilante (PT), o governador chegou a garanti-lo que não iria “permitir a demissão dos trabalhadores”. “Pois bem governador, está na hora agora do senhor cumprir sua palavra”, disse no púlpito.
Após as críticas, o petista chegou a sugerir uma reunião com o governador Ibaneis Rocha (MDB) para tentar solucionar o problema. Outros colegas chegaram a endossar a ideia. O líder da minoria, Fábio Felix (Psol), falou que é “lamentável que o GDF tenha compactuado com a demissão de 1.500 trabalhadores(as)”. Ele também defendeu o poder da Casa legislativa de reforçar uma crítica à situação considerada “lamentável” pelo parlamentar.
O ex-secretário da Pessoa com Deficiência, Iolando Almeida (PSC), chegou a usar a Mesa Diretora para também prestar solidariedade aos demitidos. Ao secretário de Articulação Política, Bispo Renato Andrade, endossou o pedido de encontro entre os poderes. “Gostaria de solicitar de vossa excelência uma audiência com o governador para que possamos alí fazer a representação desse público.”
Para o distrital Agaciel Maia (PL), um dos mais experientes da CLDF, a falta de políticas públicas de criação de emprego agrava o problema das demissões. “Demitir quem está empregado é o fim do mundo”, disse.
Durante a sessão de ontem, nenhum parlamentar foi à tribuna defender o governo que se tornou alvo aberto das críticas.
Novas empresas
No dia 9 deste mês, o GDF anunciou as empresas vencedoras do contrato de limpeza urbana do DF – Valor Ambiental, Sustentare Saneamento e Consita Tratamento de Resíduos.
O valor do contrato com as três empresas para cinco anos é de R$ 1,688 bilhão, valor que representa uma redução de 19,36% em relação ao preço estimado inicialmente. Para atender a todo o DF, as empresas investiram em 1.039 equipamentos, entre esses, 298 caminhões de vários modelos e tipos.
Lançado em maio de 2017, o pregão eletrônico referente ao processo de concorrência sofreu várias postergações devido a ajustes recomendados pelo Tribunal de Contas do DF, razão pela qual os serviços vêm sendo prestados, durante todo esse tempo, de forma emergencial.
