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Brasília

Defesa Civil aponta falha na execução de obra

Barreira de contenção não teria altura suficiente para impedir volume de água

Redação Jornal de Brasília

12/12/2019 5h04

Na tarde de ontem, a Defesa Civil voltou a W5 sul para avaliar as causas do deslizamento na tarde de terça-feira. A prioridade era retirar os quatro veículos que caíram no local. Uma das causas do deslizamento, apontada por eles, seria a barreira de contenção, pois não teria altura suficiente para evitar grande fluxo de águas decorrente da chuva.

Em nota ao Jornal de Brasília a Defesa Civil afirmou que houve erro no planejamento e execução da obra.“A equipe técnica da Defesa Civil esteve na quadra 709/909 Sul, na manhã de ontem, e constatou que não existem riscos estruturais nas edificações próximas ao local do deslizamento. Na avaliação dos técnicos, a barreira de contenção não tinha altura suficiente para impedir o grande volume de água da chuva. A Defesa Civil orientou a empresa responsável pela obra para que sejam realizadas contenções para recompor a cortina de concreto, com o objetivo de evitar novos deslizamentos”.

Coletiva de imprensa

Em coletiva de imprensa realizada na tarde de ontem Fátima Có, presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA-DF) comentou sobre as informações preliminares que eles já tem e informou que só após a conclusão da perícia será possível saber as causas do ocorrido.

“Existem alguns fatores externos que levaram a aquela situação, devido a chuva houve um rompimento na rede de águas pluviais. Quando a obra começou ela tinha interferência tanto de rede da Caesb como de rede de águas pluviais e foram desviadas naquele trecho de modo que pudesse ocorrer a escavação ali. O desvio foi feito por trás da contenção. Devido a chuva houve um rompimento/vazamento e a água encharcou a parede de contenção”, explicou a presidente. “Seria irresponsabilidade nossa dizer quem é o responsável ou culpado antes de uma finalização da perícia”, complementou.

Em resposta a possibilidade do remanejamento dos canos no local da obra a Caesb e Novacap, por meio de nota, comentaram o caso. A Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) informou que, por se tratar de uma obra particular, não pode fazer apontamentos sobre o problema e reforçou que não realizou nenhuma intervenção nas galerias de águas pluviais daquela região.

Caesb nega relação com tubulações

Henrique Kotnick / Jornal de Brasília

A Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) informou que o desmoronamento ocorrido em obra da 709/909 Sul não tem nenhuma relação com redes de esgoto ou água da companhia. “Foi feito o remanejamento de tubulações de esgoto em 2018, quando não existiam movimentações e escavações de terra no local, a pedido da obra. Em função do desmoronamento, ocorrido [terça-feira], houve rompimento da rede de esgoto. Por essa razão, a companhia realizou ontem o desvio do fluxo de esgoto para executar novo trecho de rede na outra extremidade da rua”.

Interdição do local

A Defesa Civil orienta ainda que a população evite a W4 e a W5 na altura da 709/909. O órgão pediu ao Departamento de Trânsito (Detran-DF) que reduza o tráfego para evitar sobrepeso de veículos na via W4. As aeronaves dos Bombeiros do DF também estão de sobreaviso para caso haja necessidade. Na tarde de ontem, os quatro veículos que estavam dentro da cratera foram retirados.

De acordo com a presidente do Crea, não há risco para nenhum outro deslizamento no local. “Todas as providências foram tomadas, o seguro já foi acionado. Estamos tomando todos os cuidados para verificar se tem mais algum risco para toda a redondeza. Não há esse risco”, falou. Além disso, Fátima afirmou que caso exista comprovação de ação incorreta das empresas que cuidam da obra haverá responsabilização do caso. “Se for caracterizado que houve ação incorreta, negligência, isso será analisado aqui e os profissionais serão penalizados”, disse.

Saiba Mais

Os carros engolidos pelo desabamento foram retirados na tarde de ontem.

A construtora responsável pela obra disponibilizou um guincho para que os automóveis fosse içados do buraco

Foi necessário aplainar uma rampa para que os carros pudessem ser puxados através dela

O último carro, um Honda, foi retirado da lama por volta das 17h30

Carlos Medeiros, um dos engenheiros responsáveis pela obra disse que nucahouve problema na obra.
“Fizemos o procedimento normal de engenharia. Havia nenhum problema. Trabalhamos como sempre fizemos e, em todo esse tempo, nunca tivemos problemas desse tipo”, afirmou

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