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Brasília

De Brasília para Harvard, estudante é aprovado com bolsa integral nos EUA

Eduardo Vasconcelos, 18 anos, foi selecionado junto a outros três brasileiros para estudar em uma das mais renomadas universidades do mundo

Redação Jornal de Brasília

20/01/2021 12h29

Foto: Arquivo Pessoal

Foto: Arquivo Pessoal

Cezar Camilo
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Dois meses depois de completar 18 anos, Eduardo Vasconcelos Goyanna Filho conseguiu uma bolsa integral na Universidade de Harvard, situada na cidade de Cambridge, estado de Massachusetts, nos Estados Unidos. Ele foi aprovado, junto a outros dois brasileiros, no maior concurso para estudantes estrangeiros do instituto norte americano. Ele vai cursar durante um ano e meio, gestão e políticas públicas junto a economia e filosofia.

A notícia veio em dezembro do ano passado e Eduardo já se prepara para o início das aulas, previsto para agosto de 2021. O acadêmico planejava cursar Direito na Universidade de Brasília (UnB). Enquanto estudava para a aprovação na universidade federal, no Colégio Militar de Brasília – onde começou a estudar aos 10 anos de idade–, Eduardo cadenciou as disciplinas regulares com aulas de inglês e complementação pedagógica específica para o pleito além-mar.

Foto: Arquivo Pessoal

Foto: Arquivo Pessoal

Ser aprovado não foi tarefa fácil. Eduardo explica que para a seleção da universidade estadunidense exige muito mais que boas notas. A seleção prioriza também o envolvimento dos competidores com causas sociais que impactam a comunidade onde vivem. “Querendo ou não, o que estudamos no pré-vestibular não ajuda a entrar nas universidades americanas”, relata Eduardo. “O principal foram os debates que me envolvi, muitos eram em inglês, com enfoque em causas sociais e soluções para políticas públicas”, contou.

Não é a primeira vez do estudante em Harvard. Em fevereiro de 2020, Eduardo foi selecionado como representante do seu colégio para participar de um evento na universidade americana O intuito do evento foi simular os encontros da Organização Nações Unidas (ONU). “Eu me apaixonei por lá. Quando voltei, olhei o preço da mensalidade junto a minha mãe e decidi estudar para conseguir uma bolsa”, relatou o estudante.

Foto: Arquivo Pessoal

Foto: Arquivo Pessoal

Eduardo também participou do Parlamento Jovem Brasileiro, projeto infanto-juvenil da Câmara dos Deputados. Durante o programa, o então “deputado mirim” apresentou um projeto de lei sobre socioeducação que chamou a atenção de parlamentares, na área em que uma das suas maiores inspirações – a mãe dele, Lygia Maria Araujo – atua. “Minha mãe trabalha com educação para delinquentes juvenis, me inspirei nela para propor bolsas de estudo com base na participação de olimpíadas socioeducativas“, relata.

Quando criança, sempre pensava em retribuir o adiamento da vida acadêmica da minha mãe quando fosse possível. Foi quando entrei no Colégio Militar que ela conseguiu um emprego na área em que ela sonhava atuar. Acho que, nesse momento, comecei a cultivar esse gosto pelo estudo e as possibilidades que o conhecimento me traría”, disse Eduardo ao Jornal de Brasília.

Futuro

Os planos continuam. Depois que conseguir o diploma, Eduardo pretende voltar ao Brasil para engajar ainda mais a luta por justiça social. “Eu não vejo sentido de ir e não voltar. Meu sonho é reduzir a criminalidade infantil com ações preventivas, principalmente”, explica.

As aulas começam só no próximo semestre, mas Eduardo iniciou os preparativos para a partida. “A pandemia ainda é uma realidade e, muito provavelmente, permanecerá assim até o meio do ano”, disse o estudante.

Foto: Arquivo Pessoal

Foto: Arquivo Pessoal

Fiquei muito feliz, pois esse era meu objetivo”, relata. No quesito de gastos, Harvard vai custear integralmente os custos de viver em outro país. Eduardo tem garantia de não passar qualquer necessidade, tem um quarto garantido e até mesmo um casaco para enfrentar o inverno do norte.

O estudante nega o desejo de ficar nos Estados Unidos quando acabar o curso. “A pandemia mostrou que o Brasil precisa de pessoas que se importem com a situação do povo brasileiro, gente que não foque só no jogo político e desejos pessoais”, disse. “Quero ser a parte que vai trazer ao país o conhecimento agregador, que auxilie no combate às injustiças sociais”, contou Eduardo.

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