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Brasília

Conhecimento que vai além dos tradicionais lousa e caderno

Escolas optam por oferecer um ensino fora da caixinha e garantem que o resultado é positivo

Marcus Eduardo Pereira

02/08/2019 6h19

Escolas com matérias alternativas no DFCrédito: Arquivo Pessoal

Larissa Galli
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Caneta na mão, carteiras enfileiradas e caderno aberto. Essa estrutura escolar já não parece suficiente para os professores e estudantes de escolas do Distrito Federal. Colégios públicos e particulares da capital oferecem disciplinas além das tradicionais do currículo com o objetivo de promover um desenvolvimento completo dos alunos.

O Centro de Ensino Médio Paulo Freire (Asa Norte), por exemplo, oferece aos alunos a participação em projetos de Robótica, Linguagens e Sustentabilidade como uma forma de complementar os estudos. Segundo a equipe de coordenação da escola, essas disciplinas buscam contemplar diferentes aspectos de desenvolvimento do ser humano em suas dimensões pessoal, profissional e social.

“Os projetos trazem benefícios para o ensino, como a sensação de pertencimento ao ambiente escolar, de liberdade de escolha, fortalecimento da autoestima. Eles abrem espaço para o desenvolvimento de competências e habilidades por meio da experiência em áreas atrativas”, explicam a vice diretora Roberta Paiva, as coordenadoras Paloma Piorno e Cristiane Moreira, e a professora Adriana Sartori.

As atividades são ofertadas no contra turno, em dias e horários da semana de acordo com a disponibilidade do professor orientador. “Ver o aluno como protagonista de seu aprendizado significa oferecer a ele autonomia, estimulando-o a buscar informação e a construir conhecimento caminhando com as próprias pernas”, completam.

Um pouco mais longe, o Centro de Ensino Médio Integrado do Gama também funciona com uma proposta parecida. O Cemi é uma escola técnica de ensino médio em tempo integral, ou seja, os estudantes passam o dia todo no colégio.

O diretor Carlos Lafaiete explicou que os alunos entram às 7h30 e ficam até 17h45. Durante o horário do almoço, eles podem escolher até duas oficinas para participar, que variam entre robótica, pilates, libras, muay thai, fábrica de software, oficina de física interativa, audiovisual, entre outras. “Esses projetos ajudam muito no protagonismo juvenil dos estudantes. Eles já chegam na universidade preparados”, pontua o diretor.

Em Taguatinga, o Centro Educacional 7 também funciona em tempo integral. Lá, as oficinas fazem parte da grade horária. Na parte da manhã, os alunos têm as aulas comuns do currículo tradicional. Já na parte da tarde, eles podem escolher quatro oficinas para participar, além das aulas normais obrigatórias de português e matemática. Entre as opções, estão empreendedorismo, robótica, experimentos científicos, desenho geométrico, matemática financeira, dança, libras, ilustração 2D, entre outras. ”Queremos atender todos os tipos de inteligência”, afirmou a diretora da escola Ana Célia Sousa da Costa

Para ela, a ideia é mostrar que existe oportunidade na escola pública. “Sou uma defensora do ensino público e gosto de trazer para os alunos o que está acontecendo no mundo no campo da tecnologia e da arte para eles identificarem quais são seus interesses”, declara. Segundo ela, a oferta e participação dos alunos nesse tipo de aula se reflete no desenvolvimento nas matérias tradicionais. “As oficinas são uma interligação com o tradicional, isso modifica o olhar do aluno”.

Eleva: nova opção para estudantes

A Escola Eleva, que também é referência em ensino além do tradicional, abrirá as portas na capital federal a partir de fevereiro de 2020. Nesse primeiro momento, o colégio atenderá turmas do Infantil 3 até o 5º ano do Ensino Fundamental e terá sede na Asa Sul.

“O mundo mudou e as escolas precisam mudar também. Todos sabemos que o sucesso na vida não depende apenas das matérias tradicionais que aprendemos na escola. Elas são importantes, mas não resolvem tudo”, pontua o diretor pedagógico do colégio, Marcio Cohen.

As principais aulas não tradicionais da Escola Eleva englobam proatividade, comunicação, autoconhecimento, perseverança, criatividade, reflexão sobre questões importantes relativas a cidadania e ao comportamento em comunidade, habilidade socioemocionais e desenvolvimento de raciocínio lógico.

A partir da oferta dessas disciplinas, o diretor pedagógico afirma que verificou um “maior engajamento e capacidade de resolver problemas, que são habilidades importantes para todas as matérias tradicionais”.

Escola particular também inova

Instituições de ensinos privadas também estão apostando em uma metodologia que promova o desenvolvimento integral do aluno, com atividades extracurriculares e oficinas.
O Colégio Galois, por exemplo, aplica essa propostas em todas as fases educacionais, desde o Infantil até o Ensino Médio.

No segmento Infantil, o eixo pedagógico da escola é focado no brincar, na criatividade, fantasia e socialização. No Le Petit Galois, fase seguinte, são oferecidas algumas atividades com viés mais lúdico, como artes plásticas, esporte e lazer.

No Ensino Fundamental II, a escola oferece atividades de introdução à tecnologia e Robótica, atividades de autonomia como: pregar botão, fazer uma costura simples, passar uma camiseta, cozinhar o básico, bordar, pintar, etc, e também educação socioemo cional.
Já para estudantes do Ensino Médio, são oferecidas aulas preparatórias para olimpíadas de Matemática, Física, Química e Biologia.

“Acreditamos que uma escola que faz tudo de maneira tradicional (apenas aulas expositivas de quadro e giz) seja uma escola condenada ao fracasso em pouco tempo”, opina o professor e diretor do Ensino Médio Toshio Nakamura. “Todo esse exercício do desenvolvimento cognitivo de grandes possibilidades tem favorecido melhor concentração, melhor aproveitamento do tempo. A criança fica mais calma, mais feliz, mais segura, mais afetiva às normas. Executa melhor a rotina, o hábito de estudo e desenvolve a curiosidade do novo”, completa a professora Eliane Perdigão, gestora educacional do Le Petit.

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