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Brasília

Com indicativo de greve, funcionários da Caesb protestam na CLDF

Lindauro Gomes

02/05/2019 19h13

Lucas Valença
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Com ameaças de uma possível greve na próxima semana, funcionários da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) estiveram em frente à Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) para comunicar aos parlamentares que um acerto feito entre as categorias representativas dos servidores e a diretoria da empresa não foi cumprido. Com a pressão, sete deputados se reuniram com os manifestantes que debateram a situação.

O diretor do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Purificação e Distribuição de Água (Sindágua-DF), Igor Pontes, explicou que o processo de negociação junto à Caesb começou em fevereiro. Em abril, os servidores e a direção da empresa se reuniram para “construir uma proposta”. Mesmo com dificuldade, a moção foi aprovada na Assembléia representativa e foi encaminhada à diretoria da companhia que não chegou a assinar o acordo.

“A proposta não é boa, já que não contempla um reajuste salarial pelos próximos dois anos. No entanto, entendendo o momento, a categoria aprovou e levou à empresa para sacramentar o acordo, dentro de um princípio de boa fé, mas, simplesmente, o acordo não foi assinado”, lamentou.

Igor Pontes entende que o “conflito interno” na empresa tem motivado esta confusão. Segundo ele, a falta de assinatura do acordo, que se venceu na última terça-feira (30), é um reflexo da situação conflituosa. “Quase todas as reivindicações do sindicato já tinham sido negados e, mesmo assim, foi aprovado pela categoria, mas não pelos representantes da empresa”, esclareceu.

A Caesb vive um momento singular, já que o atual presidente está no cargo interinamente. O escolhido pelo governador, Fernando Leite, foi afastado do comando por decisão do Judiciário.

Veja vídeo do deputado Reginaldo Veras (PDT) sobre as condições postas no acordo:


O deputado distrital Reginaldo Veras (PDT) fala sobre a questão da Caesb.

Durante a reunião na presidência, uma pergunta feita pelo deputado Rodrigo Delmasso (PRB) gerou um pequeno tumulto. Ele queria saber o custo que a empresa teria com o acordo. Os 17 representantes dos servidores, que estavam presentes na sala, informaram que, com este acordo, a empresa contará com uma despesa mensal de aproximadamente R$ 2 milhões. Porém, lembraram eles, que a Caesb economizou quantias expressivas com a falta de reajuste nos últimos anos.

Atualmente a empresa conta com cerca de 2.100 funcionários que não têm reajustes reais desde 2016. Ano passado, os servidores tiveram um aumento inexpressivo de pouco mais de 1%. No entanto, a inflação do período foi de 3,75%.

Com um trio elétrico na frente da Câmara, os manifestantes aprovaram, na tarde desta quinta-feira (2), um indicativo de greve que será decidido, de maneira definitiva, na próxima semana. Um dos protestantes chegou a lamentar a forma que a empresa e o governo tem tratado do assunto. “Nós não somos moleques e não vamos mais aceitar isso. Foi feito um acordo e precisa ser cumprido”, declarou.

Intermediado pelo deputado Chico Vigilante (PT), os representantes populares e da categoria devem se reunir com representantes do governo nesta sexta-feira (3). O horário, no entanto, ainda não foi divulgado e dependerá do líder do governo na CLDF, deputado Cláudio Abrantes (PDT).

Confira a fala do deputado Chico Vigilante sobre a situação dos trabalhadores e o agendamento da reunião:

O deputado distrital Chico Vigilante fala sobre a questão da Caesb.

A reunião se deu na sala da presidência da CLDF e contou com a presença dos parlamentares, Chico Vigilante (PT), Leandro Grass (Rede), Reginaldo Veras (PDT), Fábio Felix (Psol), Telma Rufino (Pros), Rodrigo Delmasso (PRB) e Iolando (PSC). Os últimos três são considerados da base do governo.

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